O advogado Admar Gonzaga, que representa Jair Renan – filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) -, negou nesta segunda-feira, 29, a existência de uma “Abin paralela”, em referência ao suposto uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para o monitoramento de autoridades públicas e outras pessoas. Em entrevista ao Morning Show, da Jovem Pan News, Gonzaga falou em perseguição e disse que o ex-presidente sempre pareceu “muito tranquilo” quanto às investigações. “O presidente sempre me pareceu muito tranquilo com esse tipo de investigação, afirmando que isso é ficção, que não existe Abin paralela. (…) É sempre uma perseguição, um sobressalto essas investigações que surgem toda vez que há uma informação que não seja favorável”, afirmou o advogado.
A declaração ocorre após a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão contra o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, também filho do ex-presidente, na manhã desta segunda. A corporação dá continuidade à Operação Vigilância Aproximada, deflagrada na última quinta-feira, 25, que teve como um dos alvos o ex-diretor da Abin e atual deputado federal, Alexandre Ramagem (PL-RJ). De acordo com a PF, o objetivo das diligências é “investigar organização criminosa que se instalou na Agência Brasileira de Inteligência com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas”, por meio do uso de ferramentas geolocalização de dispositivos móveis. Além disso, a Polícia Federal também apura suposto uso da agência para favorecer Flávio Bolsonaro e Jair Renan, o que Admar Gonzaga nega: “É uma especulação absurda. O Jair Renan não tem nada para esconder”.
Como o site da Jovem Pan mostrou, a Polícia Federal apura o uso de um sistema de geolocalização para monitoramento ilegal de autoridades pela Abin durante o mandato de Bolsonaro. As diligências da semana passada foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, sendo um desdobramento de outra deflagrada em outubro passado, que revelaram que um sistema chamado FirstMile teria sido utilizado em monitoramentos ilegais mais de 30 mil vezes num período de dois anos e meio. Entre os alvos estariam ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Gilmar Mendes, o ministro da Educação, Camilo Santana, além de jornalistas e adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro. O software foi adquirido nos últimos meses do governo de Michel Temer.
Fonte: Jovem Pan News
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