O déficit de R$ 230,5 bilhões é o pior desde a pandemia de Covid-19 e o segundo pior da série histórica.
No primeiro ano do terceiro mandato do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as contas públicas registraram um déficit de R$ 230,5 bilhões, o pior desde a pandemia de Covid-19 e o segundo pior da série histórica, de acordo com dados divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional nesta segunda-feira, 29. Se descontada a quitação dos precatórios – dívidas judiciais que haviam sido adiadas pela gestão de Jair Bolsonaro (PL) -, o resultado fecha com um déficit de R$ 138,147 bilhões, o que corresponde a 1,27% do PIB (Produto Interno Bruto).
Este valor está acima das projeções do Orçamento de 2023, que previa um déficit de até R$ 228,1 bilhões, e da “meta informal” do governo, que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia estimado em janeiro do ano anterior, que o resultado negativo ficaria abaixo de R$ 100 bilhões, o que representaria 1% do Produto Interno Bruto.
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, apontou que o aumento no déficit da Previdência no ano passado está explicado pelo pagamento dos precatórios. “Há um aumento do déficit da Previdência e está muito explicado pelo pagamento de precatórios. Todo aumento vegetativo sempre merece atenção, mas a Previdência é uma despesa que tem crescimento vegetativo, e tem estoque, uma fila de beneficiário”, disse em entrevista. Ele acrescentou que quando esse estoque é contemplado, gera um crescimento vegetativo maior que o natural. O valor pago aos precatórios no final do ano passado foi de quase R$ 93 bilhões. O resultado da Previdência Social foi um déficit de R$ 306,206 bilhões em 2023.
Apesar do resultado negativo, Ceron diz que o número indica o início de um processo de recuperação fiscal. “Nossa sinalização para o horizonte de médio prazo é de reversão desta tendência que vem acontecendo em mais de uma década, de piora a cada um desses ciclos. Esperamos que a partir de 2024 o movimento de recuperação fiscal fique mais nítido”, disse. Ele citou que de janeiro de 2019 a dezembro de 2022, durante o mandato de Jair Bolsonaro, o resultado primário anualizado registrou uma média de déficit de R$ 263,2 bilhões. “Agora já fechamos com um resultado que já é melhor que a média dos últimos anos”, afirmou Ceron.
Fonte: Jovem Pan News
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