O programa JP Ponto Final, comandado por Claudio Dantas, diretor de jornalismo da Jovem Pan News, em Brasília, debateu sobre o aumento da conta de luz, os subsídios do setor de energia e a relação entre oferta e demanda. Participam do programa o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Marcos Madureira; e o presidente do Instituto Nacional De Energia Limpa (Inel), Heber Galarce. Conforme projeções da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a conta de luz deve subir, em média, 5,6% em 2024, número acima da meta da inflação estabelecida pelo Banco Central para o ano (3,81%). Segundo Madureira, o Brasil possui uma série de fontes de energia com preços cada vez menores, mas que aumentam no momento do repasse ao consumidor. “Nós temos uma equação que não está fechando”, apontou o presidente da Abradee, que explicou que entre as razões do desequilíbrio, estão as escolhas das distribuidoras em leilões públicos de energia e as ações que direcionam subsídios para o setor, que são compensadas no valor final.
“Nesse leilão o que determina se vai ter uma energia térmica, ou energia solar, ou eólica é a necessidade que o sistema tem para isso, e, por isso, em alguns momentos as distribuidoras podem comprar uma quantidade muito maior de térmicas, que tem o preço mais elevado mas que são necessários para o suporte do sistema, do que uma energia de origem eólica ou solar, que tem preços menores”, iniciou. “Muitas ações que estão sendo colocadas para incentivar ou segmentos do mercado ou algumas fontes de energia trazem subsídios, ou seja, para que esses possam manter o seu negócio é dado a eles um preço menor que pagam pela energia elétrica, no caso de um consumidor; ou então algum desconto que é dado por alguma fonte de energia, para que ele possa não pagar uma parcela do uso do sistema elétrico, tudo isso termina encarecendo a conta final do consumidor”, finalizou o presidente da Abradee.
Em relação à geração distribuída, o presidente do INEL defendeu a discussão a fim de promover a energia limpa e mais barata para toda a sociedade, e afirmou que as críticas ao modelo são resultado de uma “guerra de atributos”. “Eu escuto muito a Abradee, como instituição representando as distribuidoras, se queixar e dizer que a geração distribuída penaliza os demais. O que é a geração distribuída no final do dia? É um cidadão que com o seu próprio recurso, com o seu próprio financiamento, cansado das altas históricas de energia, ele pega e adquire o seu próprio equipamento de geração de energia”, iniciou. “Então, o que está sendo colocado hoje é uma guerra de atributos, quem faz energia própria alça mão do seu próprio recurso, alivia a rede, essa energia que ele produz é limpa, e se você olhar de uma maneira geral, você está gerando energia limpa, solar e obviamente questionando a necessidade de contratação de térmicas, por exemplo.” disse Galarce.
Confira abaixo a íntegra do Programa Jovem Pan Ponto Final:
Fonte: Jovem Pan News
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