A operação visa investigar a fuga do narcotraficante Gerson Palermo e a conduta do desembargador Divoncir Schreiner Maran.
Na manhã desta quinta-feira (8), a Polícia Federal lançou uma operação para investigar a fuga do narcotraficante Gerson Palermo. Um dos alvos é o ex-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, desembargador Divoncir Schreiner Maran. Palermo, condenado a 126 anos de prisão, fugiu após Maran conceder um habeas corpus em abril de 2020.
Maran já é alvo de uma sindicância pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por ter ignorado várias exigências legais ao liberar Palermo. Ele não exigiu exames médicos, não esperou que o pedido fosse analisado pelo juiz de primeira instância e não considerou a periculosidade do narcotraficante.
Durante o julgamento no CNJ, o ministro Luiz Felipe Salomão, relator do processo e corregedor-nacional de Justiça, listou as irregularidades cometidas por Maran para beneficiar Palermo. Ele destacou que Palermo é um dos maiores traficantes de drogas do país.
Salomão ressaltou que Maran não exigiu exames médicos para avaliar a situação de Palermo antes de conceder o habeas corpus. Ele afirmou que não havia surto de covid-19 no presídio e que não havia pedido de transferência do criminoso.
O conselheiro Vieira de Mello Filho citou a “supressão de instância”, destacando que Maran não consultou o Ministério Público Estadual antes de decidir pela soltura do narcotraficante. A conselheira Salie Sanchotene observou que Maran não consultou o juiz de primeiro grau, que ainda não tinha analisado o habeas corpus apresentado pela defesa de Palermo.
O conselheiro Richard Pae Kim apontou outro agravante contra Maran. Após conceder habeas corpus a Palermo, Maran teria negado o mesmo benefício a outros três detentos no mesmo dia, devido à pandemia da covid-19.
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