Quinta-feira, Setembro 19, 2024
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Fusão nuclear produz recorde de energia em novo experimento

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Cientistas britânicos anunciam um marco na geração de energia de fusão nuclear, com o reator Joint European Torus (JET) estabelecendo um novo recorde.

Em uma recente conferência de imprensa, cientistas britânicos anunciaram um novo recorde na geração de energia de fusão nuclear. O experimento final do reator Joint European Torus (JET) sustentou uma reação que produziu 69 megajoules de energia, usando apenas 0,2 miligramas de combustível, durante 5,2 segundos.

O recorde anterior, também estabelecido pelo JET em 2021, era de 59 megajoules de energia térmica produzida em 5 segundos. O JET, que opera em Oxfordshire desde 1983, foi criado por um consórcio de países europeus para pesquisar a viabilidade da fusão nuclear. A instalação já atingiu temperaturas de 150 milhões de graus Celsius.

A fusão nuclear, o processo usado pelo Sol para gerar calor, é vista pelos pesquisadores como uma possível solução para as mudanças climáticas. Espera-se que ela possa fornecer uma fonte de energia abundante, segura e limpa. Segundo Mikhail Maslov, da Agência de Energia Atômica do Reino Unido (UKEA), a energia produzida durante os cinco segundos do teste final do JET poderia abastecer 12 mil casas.

O JET é um tokamak, um design em forma de rosquinha que utiliza campos magnéticos poderosos para confinar plasma e produzir hélio, o principal produto da fusão nuclear solar. Para isso, o reator combina átomos de deutério e trítio como principal fonte de energia. No processo, eletroímãs poderosos geram campos magnéticos intensos para confinar o plasma aquecido a temperaturas extremas.

Os últimos experimentos usando deutério-trítio como combustível foram realizados no JET em outubro de 2023. Outras atividades continuaram sendo desenvolvidas até dezembro, quando a máquina foi definitivamente desligada. No entanto, o processo de desativação ainda levará 16 anos.

O professor Juan Matthews, da Universidade de Manchester, no Reino Unido, explicou que, mesmo durante a desmontagem, o JET continuará produzindo insights valiosos. Por exemplo, se o revestimento do reator se deteriorou através do contato com o plasma e, principalmente, se o valioso trítio (que custa R$ 188 mil por grama) pode ser reaproveitado.

Para substituir o JET, está sendo construído na França, ao lado do centro de pesquisa Cadarache, o Reator Termonuclear Experimental Internacional (ITER). Os trabalhos já estão em fase de conclusão e os primeiros experimentos deverão começar em 2025. De acordo com o vice-chefe do projeto, Tim Luce, o novo tokamak pretende aumentar a produção de energia para 500 megawatts, ou até 700.

Falando na conferência de imprensa, Luce defendeu as metas, referindo-se a elas como “escala de usina”. Ele defende uma elevação da “escala de tempo para pelo menos 300 segundos para o elevado poder e ganho de fusão, mas talvez até uma hora em termos de produção de energia”.

Mantenha-se sempre atualizado com os estudos mais recentes sobre a geração de energia limpa aqui no TecMundo. Se desejar, aproveite para descobrir se a energia nuclear é renovável.

 

Fonte: TecMundo

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