Segunda-feira, Novembro 25, 2024
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Herói previsível e reconstrução improvável guiam título africano da Costa do Marfim

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Uma montanha-russa de emoções, um atacante destinado a ser herói e uma reconstrução em meio ao caos. A Costa do Marfim escreveu um roteiro imprevisível e desafiou a lógica. De um vexame quase consolidado dentro de casa à conquista do título, os Elefantes tiveram um final feliz na Copa Africana, apesar do caminho conturbado.

Fazia 18 anos que a seleção anfitriã não ficava com o título e nove que a Costa do Marfim não levantava a taça. Em uma disputa equilibrada tecnicamente, os Elefantes não eram os principais favoritos, mas também não eram cotados como possíveis decepções.

A vitória na estreia diante da Guiné-Bissau foi um ponto fora da curva na primeira fase vexatória dos donos da casa. Nas rodadas seguintes, a Costa do Marfim terminou derrotada pela Nigéria e atropelada pela Guiné Equatorial.

A goleada sofrida por 4 a 0 e a provável eliminação na fase de grupos custou o emprego do francês Jean-Louis Gasset no meio da competição. Entretanto, a Costa do Marfim ganhou uma sobrevida inesperada e recebeu de presente a classificação para as oitavas de final com a última vaga entre os quatro melhores terceiros colocados.

A pior campanha entre os classificados rendeu um último suspiro para os Elefantes ou talvez uma oportunidade de se despedir dignamente da CAN. Os marfinenses fizeram melhor e protagonizaram uma revolução anímica e técnica no mata-mata.

A reconstrução começou na área técnica com a escolha de Emerse Faé para assumir o cargo emergente de treinador. O ex-jogador e até então auxiliar técnico de Gasset tinha apenas experiências nas categorias de base e precisou assumir o cargo às pressas.

Além de Faé, a Costa do Marfim ganhou outro reforço para a fase decisiva. Lesionado na preparação para a Copa Africana, Sébastien Haller se recuperou a tempo de fazer história pelo seu país e se tornar herói.

Durante os mata-matas, os anfitriões passaram por Senegal, dono da melhor campanha na primeira fase e, até então, atual campeão, logo nas oitavas de final. A classificação veio nos pênaltis com direito a empate no tempo normal com gol no apagar das luzes. 

As vitórias sobre Mali, com dois gols nos acréscimos, e RD Congo foram igualmente heróicas e dignas do espírito de fênix encorpado pelos Elefantes. Na final, o reencontro com a Nigéria consolidou a remontada na trajetória com uma vitória de virada, com méritos, com o brilho de Haller.

Sébastien Haller enfrentou muitos adversários difíceis na carreira, mas a sua maior adversidade foi fora das quatro linhas. Diagnosticado com um tumor no testículo às vésperas da temporada 2022/23, o atacante precisou se afastar dos gramados e tratar a doença antes de estrear pelo Borussia Dortmund.

O recomeço foi difícil e a readaptação depois da cura precisou de paciência. Mas Haller superou os obstáculos e ainda terminou a temporada com 12 gols marcados, somando as 26 partidas pelos Aurinegros e pela seleção marfinense.

Faltava a consagração. Haller já era um vencedor na vida e um atacante de sucesso pelos clubes onde passou, faltava ser protagonista da sua nação. A oportunidade surgiu e o centroavante era o herói mais previsível para fechar a campanha improvável da Costa do Marfim e coroar sua história de vida.

O camisa 22 não decepcionou nos mata-matas. Depois de passar em branco nos minutos jogados nas oitavas e nas quartas, Haller marcou um golaço e definiu a classificação para a decisão. Na final, o centroavante fez o gol do título aos 36 minutos do segundo tempo, protagonizou a virada e colocou seu nome na história da Costa do Marfim e da Copa Africana de Nações.

Fonte: Ogol

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