Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, acusou o escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos nesta segunda-feira, 19, de “espionagem” e “conspiração”. O governo suspendeu as atividades do escritório na semana passada e expulsou 13 funcionários do país. “Este escritório se desviou. De ser um escritório de assessoria técnica que deve respeitar as instituições e, pelo contrário, assessorar as reformas legais de que o país precisa, assessorar as instituições para melhorar, de repente se transformou em um escritório de espionagem interna, de conspiração interna”, disse Maduro.
“E então se transformou no que chamamos de um escritório de advocacia, o escritório de advocacia dos terroristas conspiradores, golpistas e assassinos da Venezuela”, continuou o presidente, afirmando que o governo advertiu o escritório várias vezes sobre as medidas a serem tomadas. A Venezuela suspendeu na última quinta-feira as atividades do escritório do Alto Comissariado da ONU, instalado no país desde 2019, em uma medida que se seguiu a declarações do organismo sobre a prisão da ativista Rocío San Miguel, acusada de “terrorismo”. “A gota d’água após tanto falar, tanta paciência, foi um caso recente com uma pessoa envolvida nessas atividades de espionagem […] e eles saíram para qualificar o Ministério Público, o poder judiciário e o país de maneira abusiva”, acrescentou Maduro.
San Miguel foi detida em 9 de fevereiro quando se preparava para viajar para o exterior com sua filha, que também foi presa, mas foi libertada sob fiança. O Ministério Público a acusou de “traição à pátria”, “terrorismo” e “conspiração”, ligando-a “diretamente” a um suposto plano para assassinar Maduro. Seu ex-marido, o coronel aposentado Alejandro José Gonzales, foi preso sob suspeita de “revelação de segredos políticos e militares”. Seus dois irmãos e o pai de sua filha também foram detidos e posteriormente libertados. A prisão causou preocupação no escritório da ONU, bem como nos Estados Unidos e na União Europeia. Maduro reiterou que a Venezuela mantém seus compromissos com o escritório em Genebra, mas que enquanto eles “não se retratarem” e “pedirem desculpas”, a suspensão será mantida.
*Com informações da Agence-Presse
Fonte: Jovem Pan News
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