O deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos), vice-líder do governador Tarcísio de Freitas na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), recusou o convite para assumir a Secretaria de Urbanismo e Licenciamento na gestão do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB). O cargo foi oferecido há cerca de um mês, na tentativa de contemplar aliados de Jair Bolsonaro na administração municipal. Apesar de não descartar ocupar o posto no futuro, Abduch ainda nutre esperança de ser o vice na chapa de Nunes, a quem já comunicou sua decisão. A indicação para o cargo na Prefeitura teve o apoio de Tarcísio, cujo ex-assessor especial Danilo Campetti, suplente do Republicanos, assumiria o mandato se Abduch se licenciasse. No entanto, a negativa do deputado desagradou auxiliares do governador, que se queixam da resistência dele em ajudar a resolver um problema que se arrasta desde o ano passado.
Campetti é agente da Polícia Federal e trabalhou junto ao governador no Palácio dos Bandeirantes até junho do ano passado, quando o Ministério da Justiça cancelou sua cessão sob alegação de falta de efetivo. Dois meses depois, ele foi afastado da PF devido a um processo administrativo disciplinar. Sua reintegração ocorreu recentemente. O policial participou da escolta de Lula em saída da prisão durante a Operação Lava Jato e explorou isso em sua campanha a deputado federal. Ele também atuou na segurança de Bolsonaro nas eleições de 2018 e foi um dos agentes que o socorreu após a facada em Juiz de Fora (MG). Auxiliares de Tarcísio consideram que a exigência de seu retorno, assim como seu afastamento, são atos de represália por sua filiação política e proximidade ao ex-presidente.
Em setembro do ano passado, o deputado Tomé Abduch foi convidado a assumir a Secretaria Estadual de Turismo, mas declinou. O arranjo permitiria a Campetti assumir uma cadeira na Alesp. Abduch é líder do movimento Nas Ruas, que organizou manifestações contra o governo da ex-presidente Dilma Rousseff e tem entre seus fundadores a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Em 2022, elegeu-se na esteira do voto bolsonarista, o que o torna um perfil ideal para assumir um posto na gestão municipal, já que Bolsonaro deve ser o principal cabo eleitoral de Nunes na campanha à reeleição.
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Fonte: Jovem Pan News
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