Depois de três meses, James Rodríguez, que já esteve com um pé fora do São Paulo, pode voltar a campo pelo Tricolor nesta quarta-feira (28), contra a Inter de Limeira. O colombiano decidiu seguir no Morumbi, e promete ser um reforço para o restante da temporada. A pergunta de todo são-paulino é: será que James, aos 32 anos, depois de tudo o que mostrou (ou não mostrou), pode, de fato, ser importante no time de Carpini?
A resposta, provavelmente, não cabe a mim nem a você, leitor. Cabe a apenas uma pessoa: James Rodríguez. Mas podemos buscar nossas próprias conclusões, até o meia, em campo, responder por conta própria.
Em 2023, James, que chegou no meio do ano, atuou em 14 partidas, nove como titular, com um gol marcado e três assistências. No total, o colombiano esteve em campo em 704 minutos. O meia, portanto, participou diretamente de um gol a cada 176 minutos em campo.
Nas entrevistas coletivas, e nas conversas de bastidores, Dorival Júnior e sua comissão técnica sempre culparam a parte física pela ausência de protagonismo de James. Para ter mais minutos em campo, o colombiano precisaria se livrar dos incômodos, treinar com intensidade e performar melhor.
A análise do staff de Thiago Carpini foi a mesma. O treinador nunca escondeu considerar James um “fora de série”, um jogador tecnicamente muito acima da média. Fisicamente, porém, James nunca esteve à altura e não chegou a ser relacionado pelo comandante em 2024. Algo que muda agora.
James sempre teve boa relação com o elenco são-paulino e, é bem verdade, nunca brigou ou questionou nenhum treinador. Foi profissional em quase todos os momentos, e se desculpou quando não foi. Pediu uma segunda chance. E a ganhou.
Taticamente, como pode encaixar
James, portanto, buscou nos últimos dias começar a responder nossas perguntas. Foi disciplinado nos treinamentos, mostrou comprometimento e melhorou a parte física para voltar a ser relacionado. Clinicamente, está liberado para jogo.
A resposta, agora, precisa ser dada em campo. Individualmente, há pouco o que precisamos falar sobre James. Mostrou ao longo da carreira, nos clubes que passou, que, de fato, tem um lado técnico muito apurado. Mesmo no São Paulo, com a bola, mostrou um toque refinado, uma visão de jogo acima da média. Unir a parte técnica com a parte física será o primeiro desafio.
O componente tático, também, será decisivo para James dar a volta por cima no Morumbi. Carpini sabe que o forte do colombiano nunca foi a marcação. E não é agora, aos 32 anos, que James conseguirá ter mais intensidade nas transições defensivas. O esquema de Carpini terá de jogar a favor de James. E o técnico sabe disso.
Um esquema muito utilizado por Carpini, e por Dorival também ano passado, pode ser o ideal para James: o 4-4-2 losango. Com o suporte de um volante mais fixo e dois meias mais dinâmicos e intensos, e com duas opções de mobilidade na frente, capazes de exercer uma pressão alta intensa, James pode ter a liberdade para ser a referência criativa que o time precisa. Um camisa 10 jogando como 10. Como na Colômbia, e diferente um pouco dos momentos em que mais oscilou em Real Madrid e Everton.
“Pelo pouco que eu vi, quanto menos campo ele tiver para percorrer, quanto mais a gente deixá-lo próximo do gol, vamos tirar o melhor dele. O melhor é a gente organizar o time para ele, um tripé, com caras como Alisson e Bobadilla, com força pelos lados, para sobrecarregar um pouco o setor e ele conseguir jogar”, chegou a projetar Carpini, em entrevista ao Sportv no início do mês.
Carpini já deixou claro que é adepto do jogo apoiado, com evolução com posse de bola e passes curtos. Jogadores técnicos são o coração dessa proposta. James pode ser o coração do São Paulo. Tem um treinador disposto a torná-lo referência. Um time que o adora. E uma torcida aberta a perdoar. Resta o meia responder a nossa pergunta em campo.
Fonte: Ogol
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