A Secretaria de Estado de Saúde e o Hospital São Julião realizam um evento para debater ações estratégicas contra a Hanseníase.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) e o Hospital São Julião realizaram na terça-feira (5) o evento ‘Projeto de Aprimoramento para o Enfrentamento da Hanseníase no estado de Mato Grosso do Sul’, no auditório do Bioparque Pantanal, em Campo Grande. O objetivo do evento era apresentar ações estratégicas para combater a Hanseníase em Mato Grosso do Sul.
O secretário de Estado de Saúde, Dr. Maurício Simões, destacou a importância de debates sobre o tema. Ele afirmou que o principal objetivo do evento era reunir as partes interessadas para discutir estratégias.
Laryssa Almeida de Brito Ribeiro, gerente técnica de Tuberculose e Hanseníase da SES, explicou que o evento é de grande importância para o estado. Ela disse que o objetivo principal é promover o convênio da SES, por meio do Programa Estadual de Hanseníase, com o Hospital de referência São Julião, para desenvolver um plano de ação visando aprimorar o enfrentamento à hanseníase nos 79 municípios de Mato Grosso do Sul.
Carlos Augusto Melke, presidente do Hospital São Julião, destacou a parceria entre o Governo do Estado e o Hospital São Julião no combate e tratamento da hanseníase. Ele afirmou que essa parceria fortalecerá os serviços prestados aos pacientes acometidos pela hanseníase.
A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium Leprae. A doença não leva ao óbito, mas tem grande potencial incapacitante. Por afetar os nervos, a hanseníase causa no indivíduo a perda de sensibilidade ao frio ou calor, ao toque e à dor, e o paciente pode se machucar e não perceber.
Segundo a Sociedade Brasileira de Hansenologia, o Brasil é o segundo país com mais casos de hanseníase no mundo, com mais de 30 mil pessoas diagnosticadas com a doença a cada ano. Em Mato Grosso do Sul, foram notificados 321 casos novos no ano de 2023, 360 em 2022, 349 casos em 2021 e, até o momento, 24 casos em 2024.
A principal forma de transmissão da hanseníase é através de vias respiratórias (inalação de gotículas – secreções nasais, tosses, espirros) por meio de contato próximo e prolongado com um doente acometido pela hanseníase que não está sendo tratado.
Principais sinais e sintomas
A pele pode apresentar lesões ou manchas esbranquiçadas, acastanhadas ou avermelhadas com alteração da sensibilidade térmica, ao tato ou à dor;
Formigamentos, choques e câimbras nos braços e pernas, que evoluem para dormência e a pessoa pode se queimar e/ou machucar sem perceber;
Pode ocorrer a diminuição dos pelos e suor em algumas áreas e a diminuição e/ou ausência da força muscular na face, mãos e pés.
Vale advertir que há um pequeno número de casos em que os pacientes não apresentam lesões na pele, mas apenas dormência ou dor no trajeto dos nervos, podendo afetar os olhos e outros órgãos internos. Isso geralmente acontece quando os pacientes ficam um longo período sem diagnóstico o que ocasiona a evolução e avanço da hanseníase. As articulações e juntas do corpo, como cotovelos e joelhos, podem ser afetadas e apresentarem inflamação, desenvolvendo artrite nesses locais.
Diagnóstico
O diagnóstico é essencialmente clínico-epidemiológico, realizado por médicos dermatologistas por meio de exame da pele e dos nervos para identificar lesões com alterações motoras e de sensibilidade. Em caso de diagnóstico positivo para hanseníase, oriente as pessoas próximas a também procurarem atendimento médico para serem examinadas. O diagnóstico tardio e desenvolvimento de reações hansênicas são alguns dos fatores para o desenvolvimento de incapacidades físicas.
O diagnóstico precoce e o início do tratamento interrompem a cadeia de transmissão e evita sequelas. Em caso de qualquer sinal ou sintoma, procure uma unidade de saúde.
Kamilla Ratier, Comunicação SES
Foto: Rodson Lima
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