Sexta-feira, Novembro 15, 2024
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Brasileirão Feminino mantém boom de estrangeiras e promete recorde em 2024

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O Brasileirão Feminino manterá uma tendência em 2024: a de contar com jogadoras estrangeiras. Após o boom da chegada de reforços internacionais em 2023, os clubes brasileiros mantiveram o foco no mercado internacional e a nova edição do campeonato promete ter um recorde de participantes “gringas”. 

O Brasileirão Feminino só foi atingir os dígitos duplos em participantes estrangeiras em 2018, com dez participantes. Em 2021 e 2022 o número dobrou para 20, até o boom em 2023: 45 estrangeiras. 

Nos números, computamos, também, as jogadoras que nasceram no Brasil, mas têm dupla nacionalidade e acabaram atuando por outras seleções nacionais. 

A expectativa é que em 2024, o número de estrangeiras de 2023 seja superado. De acordo com os elencos divulgados até o momento, 47 estrangeiras estão aptas a estrear já na primeira rodada. Sem contar os reforços que podem chegar… 

O Santos é o time com mais estrangeiras no elenco, com sete jogadoras de cinco países e quatro continentes diferentes: Argentina, Equador, Filipinas, Itália e Nicarágua. Ainda podemos contar como estrangeira a luso-brasileira Suzane, que nasceu no Brasil, mas tem nacionalidade portuguesa. O Real Brasília também tem sete “gringas”, seguido pelo Avaí/Kindermann, com seis. 

América – 2 (Argentina e Paraguai)
Atlético – 2 (Colômbia e Uruguai)
Avaí/Kindermann – 6 (Colômbia, Paraguai e Uruguai)
Botafogo – 2 (Argentina e Uruguai)
Corinthians – 1 (Colômbia)
Cruzeiro – 4 (Paraguai e Uruguai)
Grêmio – 4 (Colômbia, Paraguai e Venezuela)
Internacional – 4 (Chile, Paraguai e Uruguai)
Palmeiras – 2 (Argentina e Colômbia)
Real Brasília – 7 (Colômbia e Venezuela)
Red Bull Bragantino – 6 (Argentina, Equador, Uruguai e Venezuela)
Santos – 7 (Argentina, Equador, Filipinas, Itália e Nicarágua)

O Brasileirão Feminino contou com a mão estrangeira para escrever sua história. A paraguaia Verónica Riveros, que na última temporada defendeu o Avaí/Kindermann, participou de todas as edições do campeonato até aqui, e é, também, a estrangeira com mais partidas na história da competição, com 111 jogos, todos eles como titular. Verónica defendeu ainda Foz Cataratas, Napoli e São José. 

A paraguaia havia participado de todas as edições do campeonato: de 2013 a 2023. Em 2024, entretanto, a jogadora vai atuar fora do país, em destino ainda não revelado. Com a seleção paraguaia, Verónica atendeu a reportagem de oGol e falou um pouco sobre o que representa, para ela, as marcas no Brasileirão Feminino. 

“Ser a estrangeira com mais jogos marca a minha vida profissional. Desde o início, tive o interesse de jogar na Liga Brasileira, pelo que o futebol brasileiro representa e pela competitividade. Foi um desafio que aproveitei e desfrutei muito”, ressaltou. 

Mesmo com apenas 11 gols em 11 edições, Verónica é a segunda maior artilheira estrangeira do Brasileirão Feminino. A líder no quesito não tem concorrência: Sole Jaimes fez 37 gols em 62 jogos. A argentina participou de sete edições do Brasileirão e vestiu as camisas de Santos e Flamengo. A melhor temporada de Sole foi em 2017, quando fez 19 jogos e marcou 18 gols na campanha do título das Sereias. 

Verónica, que só foi marcar seus primeiros gols na quarta edição do Brasileirão Feminino, chegou a ter temporadas de oito e 12 gols com o Foz Cataratas (somando todas as competições). Mas foi seu único gol com a camisa do Avaí/Kindermann, ano passado, que acabou guardado com um carinho maior. 

“Estávamos em uma sequência não muito boa no campeonato e fomos jogar contra o Grêmio no dia do meu aniversário. Precisávamos da nossa primeira vitória e ganhamos por 2 a 1, e eu fiz o gol da vitória, já no fim do jogo (51 minutos). Ficou muito marcado”, disse a defensora. Depois da vitória, o time catarinense conseguiu engrenar na competição, deixou a zona de rebaixamento e garantiu a permanência para 2024. 

Verónica não ficou em Santa Catarina, e, como dito, não jogará o Brasileirão. Mas a zagueira, que joga também como volante, não deixou de destacar a evolução do campeonato ao longo dos anos. E tem propriedade para falar. 

“Houve muitas mudanças desde 2013, seja a nível futebolístico, de organização, calendário, estrutural dos clubes, treinamento e profissionais… Só foi crescendo e evoluindo”, finalizou. 

Se a recordista Verónica não vai estar na nova edição do Brasileirão, após mais de uma década participando do campeonato, a venezuelana Joemar Guarecuco espera fazer sua estreia. Depois de defender a Ferroviária ano passado, mas sem jogar no Brasileiro, Guarecuco espera ter a chance de disputar o campeonato nacional mais forte da América do Sul com o Bragantino. 

“Estou realmente ansiosa para jogar e as expectativas são altas. Espero que seja um grande ano e que possamos fazer uma excelente competição”, começou a projetar a atleta, também para oGol

Guarecuco é uma das seis estrangeiras do Bragantino. A venezuelana chegou ao futebol brasileiro após atuar na Colômbia, e destacou a importância de jogar o Brasileirão para ela, que é exemplo para outras atletas de seu país. 

“Considero um sonho jogar aqui no Brasil por conta da grande competição que o futebol brasileiro proporciona. Um exemplo que posso dar é de resiliência e compromisso com tudo o que for fazer e de sempre lutar por tudo o que você define em sua mente”.

Para a atacante, a liga brasileira, se comparada com outras da América do Sul, é superior “em todos os aspectos”. “Tanto em estrutura como também em profissionalismo, o Brasil supera em muito a Colômbia e a Venezuela. Vejo que aqui se acredita muito no futebol feminino e existe mais valorização”, disse. 

A opinião é endossada pela paraguaia Fabiola Sandoval, que ano passado já havia brilhado pelo Internacional e agora vai defender o Cruzeiro. Antes de chegar no Brasil em 2021 para jogar no Bahia, Fabiola já havia atuado em Paraguai e Chile.

“O campeonato aqui (no Brasil) é muito mais competitivo que outros países da América do Sul. Existem mais equipes com alto rendimento, algo que diferencia em relação aos outros países e times. A estrutura aqui é bem avançada e diferente comparada aos clubes que já joguei fora do Brasil”, comentou. 

Só no Brasil, Sandoval, presença frequente nas convocações da seleção paraguaia, já atuou em três regiões: Nordeste, Sul e Sudeste. A atacante traz uma visão de quem vem de fora sobre as diferentes culturas de futebol feminino no Brasil. 

“Acho que a principal diferença entre as três regiões que joguei seria a qualidade dos campeonatos estaduais. Alguns times têm mais estrutura e mais recursos que outros, ainda mais quando olhamos para os times que jogam no Brasileirão Feminino A1”, analisou.

Fabiola já jogou, marcou e deu assistência pelo Cruzeiro na Supercopa Feminina. As Cabulosas foram vice-campeãs. A atacante acredita em boa campanha no Brasileirão. A paraguaia quer alcançar uma nova final e garantir a equipe celeste na próxima Libertadores. 

“Tenho boas expectativas pelo Cruzeiro. Nosso time tem muitas jogadoras de qualidade e uma grande comissão técnica. No pouco tempo que estou aqui, tenho toda confiança do grupo e destaco o carinho da torcida que sempre está torcendo em qualquer lugar! Espero ajudar muito a equipe, dando o meu melhor nesse ano e é claro sempre buscando aprender e melhorar a cada dia. Quero chegar em uma final de novo e dessa vez ganhar. Também tenho o objetivo de ajudar o Cruzeiro a conquistar uma vaga na próxima Libertadores, um sonho de todas nós. E vamos com tudo também para conquistar mais um título mineiro”, projetou. 

Com a promessa de muitas estrangeiras em campo, o Brasileirão Feminino começa nesta sexta-feira. Em oGol, você terá notícias sobre todos os jogos e fichas completas de toda a competição.

Fonte: Ogol

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