É o Nova Iguaçu ou a Holanda? A comparação, em tom jocoso, tem ganhado força a cada boa exibição do time da Baixada Fluminense, vergando seu tradicional manto laranja. Neste domingo, o modesto time fluminense encerrou uma sequência de 18 anos de finais entre os grandes do estado ao eliminar o Vasco da Gama. E quer seguir fazendo história.
A sequência de finais entre Flamengo e Fluminense, maiores potências cariocas dos últimos anos, teria de ser desfeita de qualquer maneira nas semifinais. Quem levou a melhor foi o Rubro-Negro. Comandado por Tite, o milionário time da Gávea se tornou ainda mais favorito a levantar o troféu depois de derrubar o campeão da América, atual bicampeão carioca.
O Nova Iguaçu é a única barreira no caminho do Flamengo. Com orçamento modesto e sem grande tradição no estado, o time vem sendo a sensação deste Carioca e já foi tema aqui, em oGol. Apesar do papel inegável de azarão na final, a equipe comandada por Carlos Vitor deixou o Botafogo para trás na primeira fase antes de despachar o Vasco.
Chegar na final já é um feito histórico. A última vez que a fase contou com um intruso foi em 2006, com o Madureira. O azarão da época foi amassado pelo Botafogo com placar agregado de 5 a 1.
Vencer a final seria uma proeza hercúlea, considerando a disparidade de forças e a história do Carioca. A última vez que o título do estado ficou nas mãos de um intruso foi em 1966, com o Bangu. O rival no jogo do título (que não era uma final) foi justamente o Flamengo, em um jogo que na verdade nunca acabou, por conta de briga generalizada.
No comando da sensação do Carioca temos Carlos Vitor. Uma “cria da casa”, com longa história no comando do Nova Iguaçu, e que também não escapou dos apelidos – Caldiola, Caldiniz… Uma figura querida no clube, que construiu sua carreira passo a passo, desde a base, até o seu momento de maior reconhecimento com a final carioca.
O Nova Iguaçu tem apenas duas derrotas neste início de temporada. E as duas para potências com investimentos muito superiores. Fluminense, no Carioca, e Internacional, na Copa do Brasil. Dois clubes que entram no Brasileirão com elenco e ambição para disputarem as primeiras posições. O time ainda arrancou empates com Flamengo e Botafogo. Contra o Vasco, foram três duelos, com um empate e duas vitórias.
No Carrossel da Baixada de Caldiola brilham jogadores formados em grandes do Brasil. Bill, autor do gol da vitória sobre o Vasco neste domingo, passou pela base do Nova Iguaçu, mas foi revelado pelo Flamengo e chegou a atuar na Ucrânia. O atacante faz sua melhor temporada agora, com seis gols e cinco assistências, depois de ter rodagem maior do que a desejada para um atleta de 24 anos.
O artilheiro do Nova Iguaçu é Carlinhos, mais experiente, de 27 anos. O atleta é Cria do Terrão, destaque na base do Corinthians, onde nunca se firmou. Assim como Bill, vive sua melhor temporada, com nove gols e uma assistência. Disputa o topo da artilharia do Carioca com Pedro, do rival Flamengo.
Como é comum nos estaduais, o grupo que faz história dificilmente terá vida longa. O Nova Iguaçu sequer tinha calendário nacional garantido – conquistou o direito a disputar mais uma vez a Série D – e deve ter dificuldade para manter todos os seus destaques. A final com o Flamengo pode decretar a despedida precoce desta formação.
Fonte: Ogol
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