Desde o anúncio oficial, são agora quatro meses de Nicolás Larcamón no comando técnico do Cruzeiro. O treinador argentino, de 39 anos, chega para seu primeiro período decisivo no time mineiro: final de estadual e fase de grupos da Copa Sul-Americana.
Em termos de resultado, Larcamón faz um trabalho sólido em 2024. São sete vitórias, dois empates e duas derrotas em 11 jogos. De positivo, levar o Cruzeiro de volta à final do Campeonato Mineiro e o fato de ter vencido o clássico da fase inicial; de negativo, o vexame diante do Sousa na primeira fase da Copa do Brasil.
Já a performance do time deixa um ponto de interrogação na cabeça dos torcedores. Apesar de ter recebido alguns reforços apenas nas últimas semanas, o volume de jogo apresentado pela equipe não foi dos mais convincentes e este momento decisivo da temporada dirá muita coisa sobre o trabalho do treinador.
Para azar do comandante, os períodos de treino para tentar evoluir a equipe são cada vez mais curtos. Além da decisão do Campeonato Mineiro contra o Galo, o Cruzeiro terá pela frente os primeiros jogos da fase de grupos da Sul-Americana e, posteriormente, o início do Brasileirão.
Serão semanas em sequência com dois jogos por semana, pouco tempo de recuperação e de preparação. Isso tudo conciliado à pressão que é enfrentar o rival Atlético e precisar de bons resultados para não se complicar no torneio continental.
Ano de rebaixamento do Cruzeiro, 2019 foi também o último da equipe celeste disputando uma competição sul-americana e levantando o caneco do estadual. É a possibilidade de dois reencontros que motivam bastante a torcida na briga pelos próximos jogos.
O elenco à disposição de Larcamón não é dos mais robustos. Reforços como Villalba, Cifuentes e Barreal ainda se adaptam à vida na Toca da Raposa e somam poucos minutos em campo em 2024. Na teoria, parecem boas adições; na prática, ainda não houve tempo para testes precisos.
O técnico tem trabalhado com jogadores que já faziam parte do elenco em 2023, como Mateus Vital e Arthur Gomes, ou com velhos conhecidos da torcida cruzeirense – casos de Zé Ivaldo e Lucas Romero. Estes que sofrem com disciplina e já receberam cartão vermelho na temporada.
A grande expectativa em volta dos três estrangeiros recentemente contratados é oferecer a Larcamón mais variação tática. O treinador gosta de ter jogadores versáteis para poder flutuar entre o 4-3-3 e o 3-4-3 como formação da equipe. Villalba, zagueiro ou lateral pela esquerda, pode ser peça chave para tal.
A questão é que dificilmente o comandante trocará o sistema de jogo justamente em uma decisão, principalmente por já ter vencido o Atlético na fase inicial. Além disso, irá premiar jogadores de confiança que fizeram parte da campanha até este momento. Cifuentes na vaga do questionado Lucas Silva também é pauta.
A ver como o elenco do Cruzeiro irá reagir a uma sequência bem diferente do que viveram até aqui: pressão por resultados cada vez maior, um calendário apertadíssimo, com pouco tempo de recuperação, e um elenco sem a profundidade necessária para rotações de qualidade.
Fonte: Ogol
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