Houve um tempo em que o futebol do México era referência para a seleção dos Estados Unidos. O crescimento praticamente contínuo do apelo do “soccer” desde a década de 90 fez crescer também a rivalidade, trazendo algum equilíbrio ao confronto. Uma balança que, agora, pende para o lado estadunidense, com o tricampeonato da Liga das Nações da Concacaf sobre os mexicanos, com vitória por 2 a 0, e uma invencibilidade recorde no clássico.
A história de Estados Unidos x México no futebol estava destinada a ser uma de alta rivalidade desde o pontapé inicial, pela complexa dinâmica política e social entre os vizinhos. Mas os confrontos quase sempre tenderam para o lado mexicano, em uma disputa desigual. Afinal, o futebol sempre esteve na alma mexicana, e começou a ganhar maior espaço nos EUA apenas a partir da década de 90, e com muita influência da comunidade latina no país.
Foi apenas neste século que a seleção estadunidense passou a realmente desafiar o domínio mexicano na Concacaf. Mas nada como a nova geração tem conseguido fazer. A invencibilidade atual é de sete jogos contra o México, um recorde. O 2 a 0 deste domingo, antes um resultado surpreendente, agora é apenas uma confirmação do melhor momento dos EUA.
Os Estados Unidos venceram a sua terceira final seguida contra o maior rival. Antes, foram campeões da Copa Ouro e da Liga das Nações, ambas em 2021. As seleções ainda se encontraram em jogo decisivo no ano passado pela Liga das Nações, mas em fase semifinal, com vitória de 3 a 0 dos EUA.
A seca do México contra os Estados Unidos dura desde 2019, ano em que os mexicanos venceram a sua última final contra o rival para levantar o título da Copa Ouro. Desde então, a seleção mexicana até levantou mais um troféu da Copa Ouro, em 2023, mas sem precisar passar pelo maior rival, eliminado de forma surpreendente nos pênaltis pelo Panamá.
Geração de ouro dos EUA
Basta conferir a ficha de jogo da final entre Estados Unidos e México para entender os motivos do domínio recente. Com a Premier League como base, os 11 titulares da seleção estadunidense na final representam times europeus. Na situação inversa, o plantel mexicano já viveu dias de maior abundância de talentos.
Não por acaso fala-se em uma “Geração de Ouro” dos Estados Unidos. Longe ainda da meta de se tornar um esquadrão temido globalmente, hoje a equipe consegue dominar a sua confederação com um time competitivo contra rivais mais fortes. Muito graças ao sucesso de seus atletas na Europa, centro do futebol mundial de clubes.
Entre os nomes mais famosos na equipe dos EUA temos Sergiño Dest, ex-Barcelona e Milan; Tomothy Weah, da Juventus e filho de George, melhor do mundo em 1995; Giovanni Reyna, ex-Borussia Dortmund e atual Forest; Weston McKennie, da Juve; e Pulisic, do Milan.
O sucesso da nova geração inverteu a balança de forças na Concacaf. Para o projeto do “soccer”, a importância dos resultados é sustentar o crescimento de um esporte que não está entre os mais apreciados do país.
Fonte: Ogol
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