Da fama de eterno vice a um símbolo de resiliência. Para encerrar uma hegemonia de 11 anos do Bayern de Munique, e colocar fim a uma espera de 119 anos, o Bayer Leverkusen tem dado lições de superação e resistência. A última delas neste fim de semana, contra o Hoffenheim, quando a virada, por 2 a 1, veio apenas nos acréscimos.
Invicto, o time comandado por Xabi Alonso simplesmente tem se recusado a perder. Contra o Hoffenheim, o placar era adverso até os 43 do segundo tempo, quando Robert Andrich fez o gol do empate. A vitória veio nos acréscimos, com Patrick Schik, para garantir três pontos que praticamente definem o título. Afinal, com mais um tropeço do Bayern de Munique, a diferença chegou aos 13 pontos, com sete rodadas para o fim.
Os gols no fim não foram eventos isolados. Ao longo da temporada, o Leverkusen anotou 12 gols com 90 ou mais minutos jogados. Dos 110 gols marcados em 2023/24, 65 foram na segunda etapa.
Boa parte destes gols foram decisivos para a caminhada rumo ao título, que não deve escapar mais ao Leverkusen. Foi com quatro minutos de acréscimos, por exemplo, que o time de Xabi Alonso arrancou empate com o maior rival na disputa, o Bayern, no 2 a 2 do primeiro turno. O segundo encontro teria também gol nos acréscimos, mas para reforçar o domínio, selando um 3 a 0 para os líderes.
Em mais três jogos os gols no apagar das luzes valeram pontos decisivos na Bundesliga. As viradas sobre Stuttgart e Leipzig, ambas por 3 a 2, e a vitória sobre o Augsburg, por 1 a 0. Pontos que podem fazer a diferença entre o vice e a glória, que escapou por pouco em diversas vezes no passado.
A principal vítima dos gols nos acréscimos, no entanto, não está na Alemanha. O Qarabag sofreu quatro gols no fim contra o rival na Liga Europa, em três encontros. Nas oitavas de final, o time alemão passou com um placar agregado apertado de 5 a 4.
Há um herói improvável neste história de superação do Bayer Leverkusen. Um repleto de altos e baixos em quatro temporadas de clube. Patrick Schick, o tcheco de 28 anos, deixou a reserva para ser decisivo em 2023/24.
Reforço em 2020 e autor de 24 gols na segunda temporada, Schick teve dificuldades para manter regularidade na equipe por conta das frequentes lesões. Em 2023/24, o atacante viu, do banco, Victor Boniface assumir o protagonismo no setor, com 16 gols e nove assistências em 23 jogos. Um desempenho interrompido em dezembro de 2023 por grave lesão, que abriu caminho para Schick retomar seu posto de titular.
Schick não conseguiu manter o alto nível de seu companheiro recém-chegado. Foram 11 gols até aqui. Mas seus tentos têm sido decisivos. Quatro deles nos acréscimos, fundamentais para mudar o espírito do Leverkusen.
Fonte: Ogol
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