Assim como Everaldo ganhou uma estrela no escudo do Grêmio e Eurico Lara entrou para o hino oficial, Renato Gaúcho virou uma estátua no Imortal. Inegável protagonista na história do clube, Portaluppi conquistou um feito raro, ser ídolo como jogador e técnico.
Na derrota contra o Huachipato pela Libertadores, Renato alcançou a marca emblemática de 500 jogos como treinador do Grêmio. O ídolo tricolor é disparado o técnico com mais partidas à frente do clube, superando, desde 2020, Oswaldo Rolla (383) e Felipão (364).
Durante suas quatro passagens pelo Imortal, o treinador somou 264 vitórias, 127 vitórias e 109 derrotas. O auge desta história de amor entre clube e ídolo teve como momento mais vitorioso sua trajetória entre 2016 e 2021.
Somente na terceira passagem, Renato inaugurou sua galeria de títulos com o Grêmio também como treinador. A conquista da Copa do Brasil em 2016 encerrou a seca de 15 anos sem títulos nacionais do Tricolor e iniciou a era vitoriosa de Portaluppi.
O treinador ainda levou o clube às conquistas da Libertadores, Recopa Sul-Americana, Recopa Gaúcha e seis campeonatos estaduais. A última comemoração ocorreu no sábado, diante do Juventude na Arena, eternizando o hepta do Gauchão.
A sequência de sete títulos consecutivos só havia acontecido uma vez na história do Grêmio entre 1962 e 1968. Além disso, a 43ª taça estadual conquistada pelo Imortal, sexta comandada por Renato Gaúcho, também igualou o treinador entre os maiores vencedores da história do clube.
O técnico alcançou o seu décimo título na área técnica gremista e empatou com outro ídolo. Oswaldo Rolla, o Foguinho, comandou o Grêmio na década de 1950 e, até então, era o único a contabilizar dez títulos como treinador, cinco estaduais e cinco citadinos.
A estreia de Renato como técnico foi em 12 de agosto de 2010, na eliminação, no antigo Olímpico, para o Goiás na Copa do Brasil. Mas, antes de começar sua trajetória na área técnica, Portaluppi já ostentava seu nome no olimpo dos gremistas.
Gaúcho de Guaporé, Renato começou a brilhar no Grêmio como um ponta direita abusado e rapidamente virou ídolo. Titular na primeira conquista da Libertadores em 1983, o eterno camisa 7 gremista foi ainda mais decisivo no Mundial de Clubes, anotando os dois gols na vitória sobre o Hamburgo.
O ídolo Renato, como jogador, nunca foi separado do técnico, Portaluppi, de camisa social na beira do gramado. Apesar das duas passagens iniciais sem deixar saudade, o treinador sempre teve em Porto Alegre um lar e uma nova oportunidade de recomeço.
Em 2016, Renato e Grêmio enfim encontraram o caminho dos títulos e consolidaram a parceria de sucesso. Foram sete taças em cinco anos. A saída do técnico em 2021 deixou uma lacuna insubstituível e imensurável dentro do clube. No mesmo ano, o Tricolor amargou o terceiro rebaixamento em sua história, após três trocas de treinadores.
Portaluppi voltou no ano seguinte, novamente com um salvador para tirar o Grêmio do fundo do poço e devolver o Imortal à elite do Brasileiro. Pelo caminho, Renato manteve seu bom retrospecto no clássico Gre-Nal e garantiu a hegemonia estadual, enquanto ainda tenta recolocar o Tricolor no caminho dos títulos nacionais e continentais.
Hoje, Grêmio e Renato são sinônimos. Apesar dos momentos turbulentos da relação, o treinador vive uma interminável lua-de-mel com o torcedor. Aos chegar aos 500 jogos na área técnica, Portaluppi abre a possibilidade para uma dúvida. Quem foi maior, o técnico ou o jogador?
Fonte: Ogol
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