O sonho pelo fim do maior jejum de títulos do Panathinaikos está reaceso. Longe das conquistas do Campeonato Grego há 13 anos, o clube se recolocou em posição de briga pelo troféu graças a ascensão de quem já tem data marcada para ir embora: o meia brasileiro Bernard, que tem acerto com o Atlético Mineiro desde fevereiro, quando assinou um pré-contrato para chegar ao final da temporada na Europa.
Bernard, de 31 anos, acertou o retorno ao Galo, seu clube formador, após impasse no processo de renovação contratual com o Panathinaikos. O meia está na Grécia desde 2022, mas demorou a engrenar, o que ajuda explicar (a agora inexplicável) saída a custo zero. Hoje melhor jogador do time grego, Bernard não nutria do mesmo prestígio, que ganhou rapidamente neste ano, num processo em que já colocava um pé fora do clube para voltar ao Brasil, rejeitando uma proposta tardia de renovação com o clube atual.
Nem Panathinaikos, nem Bernard faziam uma grande temporada 2023/24 até a virada de ano. O time até avançou para a fase decisiva na briga pelo título, mas num processo natural de apenas cumprir com a obrigação, dentro de um contexto de pouca competitividade, junto das tradicionais quatro forças do país: o principal rival, Olympiacos, e os tradicionais PAOK e AEK. Bernard sempre foi titular da equipe, mas com participação bastante tímida, com apenas três gols (todos num mesmo jogo) e três assistências até dezembro.
A virada de chave na temporada de Bernard, curiosamente, foi justamente um dia antes de ser oficialmente anunciado pelo Atlético Mineiro. Em 4 de fevereiro, o meia voltou a marcar um gol após 24 jogos. Daí em diante, ninguém participou mais vezes de gols pelo Panathinaikos que o brasileiro, com cinco assistências e mais cinco gols, dois deles no último final de semana, contra o Lamia, que garantiram a vitória por 3 a 1.
Neste momento, Bernard destaca-se como vice-líder em participação em gols no Campeonato Grego, com 18 no total, atrás apenas do companheiro de time Fotis Ioannidis, que tem 19. Bernard tem nove gols e nove assistências, sendo também o vice-líder em passes para gol, atrás apenas do compatriota Taison, ex-Internacional, que joga atualmente no PAOK, outro time ainda vivo na disputa do título.
Com 19 participações em gol na temporada como um todo, incluindo, portanto, um gol marcado na fase da pré-Champions League, Bernard tem, em números, sua melhor temporada no futebol europeu. Nem no Everton ou no Shakhtar Donetsk o meia teve um desempenho tão alto nesse quesito – a melhor temporada na carreira segue a que fez pelo Atlético, em 2012, com 15 gols e 11 assistências.
O Panathinaikos, que já sabe que não contará com Bernard por muito tempo mais, tenta, agora, tirar tudo o que pode do brasileiro para encerrar o incômodo jejum de títulos. O time ganhou a Liga Grega pela última vez em 2008/09 e nunca ficou tanto tempo assim, em toda história, sem ganhar. O maior jejum do Panathinaikos remonta o período entre as décadas de 30 e 40, com 12 anos sem títulos. Porém, apesar do intervalo começar em 1930/31 e só terminar em 1948/49, o Campeonato Grego esteve paralisado durante a Segunda Guerra Mundial, portanto foram “só” 12 anos sem troféu.
A redenção (ou não) para Panathinaikos e Bernard vem dentro de cinco rodadas, em meados de maio. Até lá, acontecem ainda todos os jogos do returno da fase final, com confronto direto pelas primeiras colocações contra AEK e PAOK. O Atlético, independente do desfecho, já pode sentir que contará a partir do meio do ano com um reforço em grande fase.
Fonte: Ogol
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