Romário foi inscrito pelo America na Segunda Divisão do Campeonato Carioca. Aos 58 anos, o artilheiro pode voltar aos gramados e atuar ao lado de seu filho, Romarinho, que também assinou com o Mecão. Não será o primeiro nem o único cinquentão em atividade no futebol profissional, e nem terá uma experiência exclusiva de jogar com seu filho. O passado, e o presente, trazem exemplos e inspirações para o “Baixola”.
A longevidade no futebol tem como tendência se tornar cada vez mais comum. Avanços em áreas como a nutrição, preparação física e mental e o uso da tecnologia como ferramenta de monitoramento de desempenho ajudam o atleta de alta performance a se manter no topo por mais tempo. Exemplos nesta década não faltam: de Cristiano Ronaldo no futebol a Roger Federer no tênis.
Mas na década de 1960 do século passado, Stanley Matthews já era exemplo nesse sentido. Primeiro jogador de futebol a receber o título de Sir., Matthews atuou profissionalmente de 1932 até 1965. Na data de seu último jogo, já tinha 50 anos. Foi o mais velho a jogar na elite do futebol inglês.
Conhecido como um dos maiores dribladores do futebol britânico, Matthews jogou duas Copas do Mundo e tem um recorde curioso: é o jogador com a maior diferença de anos entre seu primeiro e último gol na F.A Cup. Marcou o primeiro com 19 anos, em 1934, e o último com 49, em 1964, 30 anos e 33 dias depois.
Impossível falarmos em longevidade no esporte sem citar Kazu Miura. Ainda em atividade, a lenda japonesa começou a carreira profissional no futebol brasileiro na metade da década de 1980.
Miura, nome inspirador do desenho Super campeões (obrigatório para todo fã de futebol), começou sua trajetória profissional no Santos, em 1985. Passou por Palmeiras, Matsubara, CRB, XV de Jaú e Coritiba. Deixou o Brasil em 1990, após disputar o Paulistão daquele ano pelo Santos.
Ídolo no Tokyo Verdy, se tornou referência na seleção japonesa a partir de 1992. Em sua primeira competição, foi campeão da Copa Asiática contra a Arábia Saudita, sendo titular na campanha. Nunca jogou uma Copa do Mundo, mas fez mais de 90 partidas pelo Japão.
Miura não teve sucesso na Europa, com breves passagens por Genoa e Dínamo Zagreb. Se estabeleceu na J-League e foi uma lenda no Yokohama F.C, clube que defendeu de 2006 até 2021. Em 2020, havia batido o recorde de jogador mais velho a atuar na primeira divisão japonesa, e fez seu último jogo na elite com 54 anos, dois meses e 23 dias.
Em 12 de novembro de 2022, com 55 anos, oito meses e 17 dias, Miura marcou seu último gol, na quarta divisão japonesa pelo Atletico Suzuka contra o FC Osaka. É o jogador mais velho a o fazer profissionalmente.
Até Romário entrar em campo, Miura é o jogador mais velho em atividade no futebol profissional. O japonês, hoje com 57 anos, atua na terceira divisão portuguesa pelo Oliveirense, com quatro jogos somados na temporada.
Se entrar em campo no America, Romário deverá ter como companheiro de time seu filho, Romarinho. O atacante já declarou que jogar com seu filho é sua grande motivação para voltar aos gramados.
“Não é pra disputar o campeonato, mas sim para fazer alguns joguinhos pelo meu time do coração, o Mecão. Além disso, vou realizar mais um sonho: jogar ao lado do meu filho”, escreveu o Baixola nas redes sociais.
Ter a condição de jogar com um filho não é para qualquer um no esporte profissional. Hoje em dia, na NBA, LeBron James ainda sonha em atuar com Bronny James, seu filho que estará no draft da NBA. Seria épico!
Fonte: Ogol
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