Supremacia. A boa fase do Bolívar é tamanha que a palavra foi usada nos diários esportivos locais para falar do favoritismo da equipe diante do Flamengo. Os dois clubes voltam a se enfrentar pela Libertadores na noite desta quarta-feira, às 21h, no Estádio Hernando Siles, em La Paz.
O termo usado tem um contexto: no histórico de confrontos entre as equipes, os bolivianos levam vantagem: duas vitórias, contra um triunfo brasileiro e outro empate. O Bolívar chegou a bater o time mais vitorioso da história do Flamengo.
O ano não era 1981, é verdade, mas em 1983 o Fla ainda tinha Raúl, Leandro, Mozer, Júnior, Zico, Adílio e companhia. O Rubro-Negro foi jogar 3.640 metros acima do nível do mar contra o Bolívar e acabou derrotado, por 3 a 1.
Na fase de grupos da Libertadores de 2014, o Bolívar voltou a receber o Flamengo em La Paz. Venceu novamente, por 1 a 0, gol de Juan Carlos Arce, atacante que defenderia mais tarde Corinthians e Sport.
Ao longo de 38 participações na Libertadores, o Bolívar sempre soube usar bem a altitude. Contra equipes brasileiras, foram 16 jogos em casa, com dez vitórias, três empates e três derrotas.
Já o Fla, jogando na Bolívia, venceu apenas duas vezes em sete jogos (foram três derrotas). Em 1981, bateu o Jorge Wilstermann, enquanto em 2019 superou o San José, com gol de Gabigol. Nos dois anos, vencer na Bolívia significou que o Fla terminou como campeão da América…
Apesar de a altitude ser um fator importante, e decisivo, o Bolívar, também, vive um momento bom. Na temporada passada, foi campeão da Copa da Liga e alcançou as quartas de final da Libertadores, eliminado para o Internacional. A boa campanha teve sequência na nova temporada.
Apesar da eliminação no campeonato nacional de forma surpreendente para o modesto San Antonio Bulo na semana passada, comandado pelo brasileiro Thiago Leitão, o Bolívar faz uma boa Libertadores. Estreou com goleada fora de casa sobre o Palestino, por 4 a 0, e superou em casa o Millionarios, da Colômbia, por 3 a 2.
O Bolívar faz parte do Grupo City desde 2021 (como parceiro). Do próprio bolso, investiu pouco mais de R$ 30 milhões na construção do Centro de Alto Rendimento Guido Loayza. Tem projeto ambicioso de estrear um novo estádio e ser o primeiro boliviano campeão sul-americano. As metas são para o ano do centenário, já em 2025.
Com o suporte da metodologia do Grupo City e, também, da ajuda de profissionais do grupo, conseguiu ganhar uma nova identidade dentro de campo. Ampliou sua rede de scouts, e buscou reforços brasileiros.
O atacante Chico é o artilheiro da equipe na temporada, com oito gols em nove jogos. Chico é, ainda, líder em participações diretas em gol: são 13, com as cinco assistências que tem. O compatriota Bruno Sávio tem oito participações diretas, com cinco assistências e três gols.
Outro velho conhecido do futebol brasileiro é o argentino Patito Rodríguez, que passou pelo Santos. Patito tem dois gols e uma assistência em dez jogos no ano. Também é titular.
Ainda longe de ser uma potência continental, o Bolívar tenta dar um passo além para deixar de ser uma força apenas dentro do futebol boliviano. Nesta quarta, recebe um gigante para provar que a ambição do Plano Centenário não é apenas utopia.
Fonte: Ogol
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