O Gustavo Scarpa protagonista do Palmeiras campeão brasileiro está de volta. Após uma espécie de ano sabático, o meia reencontrou sua melhor versão com uma mãozinha de Gabriel Milito, decisivo na recuperação do bom momento do meia.
Scarpa teve o ápice da carreira nas temporadas 2021 e 2022, anos em que foi campeão da América e do Brasileirão pelo Palmeiras. Nas duas temporadas, beirou as 30 participações em gols: 28 em 2021 (8 gols e 20 assistências) e 29 em 2022 (13 gols e 16 assistências).
Protagonista era a palavra que definia Gustavo Scarpa no time de Abel Ferreira. Quase todos os melhores lances ofensivos passavam por ele. Criativo, cerebral. Decisivo. Principalmente em 2022, quando, nas últimas 13 rodadas do Brasileirão, só passou três sem participar diretamente de um gol. Comandou a arrancada final rumo ao título.
Decidiu, por conta própria, aceitar um novo desafio na carreira. Tinha o sonho de brilhar na Europa. Escolheu o Nottingham Forest. Mas passou, praticamente, um ano sabático no Velho Continente.
Estreou no Forest em janeiro de 2023, participando de 19 minutos na vitória sobre o Southampton, rodada 19 da Premier League. Foi titular no jogo seguinte, na vexatória eliminação da Copa para o Blackpool, com goleada por 4 a 1. Conseguiu ter uma sequência de cinco jogos como titular. O time venceu só um deles. Scarpa virou reserva em fevereiro, e saiu dos planos do clube em março.
Após terminar a temporada na Inglaterra com 488 minutos em campo ao longo de dez partidas (média de 48 minutos em campo por jogo), Scarpa acabou emprestado na temporada seguinte para o Olympiacos, da Grécia. Foram 11 jogos pelo clube, apenas três como titular, e 420 minutos em campo, minutagem ainda menor. Não terminou a temporada por lá. Deixou a Europa no fim do ano, sem qualquer participação em gol, para voltar ao Brasil.
Scarpa escolheu o Atlético Mineiro para recomeçar a carreira no Brasil. Uma ligação de Luiz Felipe Scolari, com quem já havia trabalhado no Palmeiras, fez toda a diferença. Mas com Felipão, o meia não engrenou. Na verdade, o Atlético não engrenava.
Scarpa chegou a jogar até de ala. Felipão sempre ressaltou a polivalência do meia. Nos nove jogos com Scolari, oito deles como titular, Scarpa não contribuiu com gols ou assistências. O time não convencia com o jogo direto e de pouco repertório ofensivo de Felipão, que acabou demitido.
Gabriel Milito assumiu. No terceiro jogo com o argentino, Scarpa marcou seu primeiro gol com a camisa atleticana, na decisão do Mineiro diante do Cruzeiro. No 4-4-2 de Milito, Scarpa voltou a ser o meia decisivo que sempre foi no Palmeiras.
Com Milito, são oito jogos em que Scarpa marcou cinco gols e deu duas assistências, uma média de uma participação em gol a cada 59 minutos em campo. O Galo esteve invicto no período, com cinco vitórias e três empates. São 18 gols marcados.
O jogo proposto por Milito valoriza Scarpa. O Atlético pratica um futebol propositivo, com uma saída sustentada e evolução com bola de pé em pé e aproximações. Jogando da direita para dentro, Scarpa conta sempre com as aproximações de Paulinho e/ou Hulk e de um dos meias, além do overlaping de Saravia. O lateral ataca o fundo, enquanto Scarpa traz por dentro para usar seu pé forte, o canhoto.
Coletivamente, Milito fez o Atlético apresentar um futebol diferente do que vinha irritando o torcedor. É um time mais agradável de se ver jogar e, ao mesmo tempo, também competitivo. Individualmente, o argentino recuperou a principal contratação do time para 2024. Scarpa recuperou o bom futebol.
Fonte: Ogol
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