Aos 45 anos, Arne Slot talvez tenha a maior chance de sua carreira. Com a saída de Jürgen Klopp, o treinador holandês entrou em negociações com a diretoria dos Reds e pode ser o novo comandante do Liverpool a partir da próxima temporada.
Após três temporadas na frente do Feyenoord, o técnico “atende todos os critérios para o cargo”, segundo os cartolas ingleses. A expectativa é alta para que o holandês seja o verdadeiro sucessor do técnico alemão.
Sem muito sucesso como atleta, o jovem holandês na altura também defendeu Sparta Rotterdam antes de voltar ao clube formador de forma triunfal, com o título da liga antes de pendurar as chuteiras. Mesmo sem grandes destaques, o futuro parecia sorrir ao holandês.
Nos tempos de jogador, Arne foi apontado, pelos colegas de equipe, como excelente “projeto de técnico”. Por conversar e guiar os jovens durante os treinamentos, além do apurado conhecimento em táticas, não era surpresa aos holandeses que ele passasse a exercer tal função no futuro.
“No vestiário, ele conversava com o grupo sobre, por exemplo, uma forma de pressionar ou defender […] Ele perguntava: ‘Por que estamos fazendo isso dessa forma? Não seria melhor fazer assim?'”, disse Edwin de Graaf, companheiro do treinador nos tempos de atleta.
Foi na temporada 2014/15 que Slot assumiu o cargo de treinador auxiliar no Cambuur. E, após resultados modestos com o clube, foi contratado para a mesma função no AZ Alkmaar, clube onde a carreira na beira dos gramados começou a deslanchar.
Ficou por duas temporadas na função considerada secundária até assumir, definitivamente, o controle do clube na temporada 2019/20. Antes da paralisação por conta da pandemia, o AZ Alkmaar de Slot era a sensação holandesa: o clube estava atrás do líder Ajax somente no saldo de gols, com nove rodadas para o fim do campeonato que, posteriormente, seria cancelado.
Na edição seguinte, Slot beliscou uma terceira colocação no comando do clube. Tal sucesso a frente dos Cheese Farmers fez com que Feyenoord visse uma opção imperdível para a posição de treinador, a fim de voltar aos tempos áureos na Holanda.
Foi no campeão da Liga dos Campeões de 1969/70 que Arne Slot teve chances reais de concretizar os grandes sonhos como treinador. Em sua temporada de estreia, o clube chegou ao terceiro lugar da liga e alcançou a final da UEFA Conference League, quando caiu frente a Roma de José Mourinho.
E, na temporada inicial, o comandante foi coroado com o Prêmio Rinus Michels, honraria dada ao melhor treinador de futebol em solo holandês. Para o ano seguinte, o Feyenoord passou por reformulação significativa e contou com reforços para a busca do sucesso máximo.
Não deu outra: em temporada sensacional, o Feyennoord voltou a erguer o principal título holandês após seis temporadas. Com pressão alta e estilo similar ao de Klopp, os comandados de Slot venceram 25 dos 34 jogos e saíram com o troféu da Eredivisie.
E, se não fosse pela temporada quase perfeita do PSV, o Feyenoord poderia ser coroado com o bicampeonato da Eredivisie na atual temporada. No entanto, o clube de Rotterdã viu o rival disparar e, agora, deve se contentar com o vice-campeonato.
Fã assíduo do multicampeão espanhol Pep Guardiola, Arne Slot escala seus times de forma similar ao atual treinador do Manchester City. Com pressão incessante e ofensividade em toda a partida, o Feyenoord tinha, e terá pelo menos até o fim da temporada, semelhanças significativas aos Citizens.
“O objetivo não é jogar ofensivamente, mas acredito que este seja o caminho para vencer muitos jogos”, disse o treinador antes de citar City de Guardiola e Liverpool de Klopp como “belos exemplos” do estilo que adotou na carreira como treinador.
Sem a posse de bola, o Feyenoord também encanta. O foco da pressão alta é recuperar a bola ainda no campo de ataque e, caso isso não ocorra, o clube fecha os espaços defensivamente, dificultando a vida de seus rivais. O técnico, ainda com pouca experiência, pode ser uma aposta arriscada para os Reds, mas não sem fundamentos.
Fonte: Ogol
Comentários