Os mais supersticiosos já puxaram o papel e a calculadora. As contas bateram. Já é confirmado. O sorriso na cara está escancarado. Depois de 60 anos, o Bologna está de volta à UEFA Champions League.
Após garantir, pelo menos, a quinta colocação da Serie A na atual temporada, o clube italiano está matematicamente garantido na maior competição interclubes da Europa. É apenas a segunda vez que o Rossoblù estará presente na competição.
Há 59 temporadas, em 1964/1965, o formato era completamente outro. Aquela edição da Copa dos Clubes Campeões Europeus, antiga Champions League, reunia apenas os consagrados com o troféu da liga de cada um dos 31 países participantes da organização.
Naquela edição, o Bologna estreou contra o Anderlecht na fase preliminar. E, após perder a partida de ida por 1 a 0, em território adversário, os Veltri venceram na Itália para levar a decisão para a terceira partida.
E, após um empate sem gols no jogo derradeiro, o time classificado foi escolhido em uma loteria. Os pênaltis só seriam implementados posteriormente, em 1970, e o Anderlecht se classificou para a fase seguinte após um “cara ou coroa”.
Portanto, na única participação do Bologna na história da Champions League, o clube acabou eliminado na moeda. E, 60 anos depois, é hora de escrever uma outra história.
Comandados pelo velho conhecido Thiago Motta, o Bologna impressiona os fãs de futebol por todo o mundo. A história contada pelo ítalo-brasileiro no comando do Rossoblù é uma das mais fascinantes na temporada atual, talvez depois da difundida por Xabi Alonso no Bayer Leverkusen.
Em 2023/24, foram 40 jogos disputados, com 21 vitórias, 14 empates e apenas cinco derrotas. Além disso, os comandados de Thiago Motta marcaram 57 gols (aproximadamente 1,43 por partida) e sofreram outros 28 (0,7 por jogo).
Outro ponto curioso é a força dessa equipe no Estádio Renato Dall’Ara. Na temporada atual, das cinco derrotas sofridas, apenas duas foram como mandante, contra Internazionale e Milan, ambas pela Serie A.
A equipe ostenta uma invencibilidade de oito jogos desde que perdeu a última vez, justamente contra os Nerazurri. E, em continuação, a equipe pode fechar a temporada 2023/24 em grande sequência positiva, caso não perca para Juventus e Genoa, nos próximos compromissos pelo Campeonato Italiano.
Dentro das quatro linhas, o Bologna pratica um futebol conhecido. Longe de ser algo revolucionário, o estilo tático de Thiago Motta é, no entanto, uma mescla de experiências.
Quando ofensivo, os focos principais são a mobilidade, a versatilidade e a troca de posições durante a partida. Tais características são analisadas nas propostas de Cuca, Bruno Lage e Luís Castro, conhecidos em solos brasileiros.
O Bologna não abandona a postura agressiva e se mostra “para cima” em vários momentos. Na criação de jogadas, por exemplo, os zagueiros têm liberdade de posicionamento e, em muitas oportunidades, trocam de posição com os laterais (no caso alas) e volantes.
Por fim, vale o destaque para a função de Zirkzee no esquema tático: o falso nove. Tradicional no Barcelona de Guardiola, no qual Thiago Motta fez escola quando jogador, a presença de um jogador que flutua no “entrelinhas” e joga relativamente distante da área, como era Messi nas fases iniciais da carreira, auxilia o time na produção e concretização ofensiva.
Agora, fica a torcida e a ansiedade. Como será o retorno do Bologna à Champions após 60 anos? O que esperar do futuro promissor de Thiago Motta? Só o tempo dirá…
Fonte: Ogol
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