Guilherme Dellatorre vive um início de temporada dos melhores da carreira, com oito gols em 16 partidas. Após rodar muito no futebol: Ásia, Europa, diversos Estados diferentes no Brasil… Está em casa, perto da sua São José do Rio Preto. E tenta levar o Mirassol, junto com um técnico que tão bem conhece, pela primeira vez na história do clube, para a Série A.
Tudo começou para Dellatorre em 2011. Antes, na verdade, já havia passado pelo Rio Preto. Mas foi a Copinha de 2011, da qual foi artilheiro pelo Desportivo Brasil, com sete gols em sete partidas, que o deu visibilidade para defender o Internacional, campeão da América no ano anterior. O atacante, em conversa com a reportagem de oGol, lembra com saudade, mesmo do que poderia ter feito diferente.
“Foi um ano especial, ter a oportunidade de ir para o Inter, um clube grande, e poder jogar o Brasileiro, com jogadores de nome… Eu era muito novo. Com a cabeça que tenho, certamente, poderia ter tomado algumas atitudes diferentes. Mas foi um aprendizado. São experiências que vou poder contar para os meus filhos”, contou.
O atacante fala com carinho daquele elenco do Inter, do aprendizado com jogadores mais experientes e de tudo o que viveu no Beira-Rio. Campeão da Recopa, Dellatorre deixou o Colorado no ano seguinte para defender o Porto, em Portugal. Foram 11 gols em 36 partidas pela equipe B dos Dragões.
“A experiência em Portugal foi muito especial, porque foi minha primeira experiência fora do país. Poder jogar com jogadores como Sérgio Oliveira, Gonçalo Paciência, foi uma experiência muito bacana”, relembrou.
A falta de sequência na Europa atende por um nome: Mario Celso Petraglia. O presidente do Athletico Paranaense acertou o retorno do atacante para o Brasil quando o jogador já tinha tudo certo com um novo time em Portugal.
“Voltei porque o Athletico me comprou. Eu estava para ir para o Estoril, mas no aeroporto o Petraglia ligou, abortou a passagem e eu fui comprado pelo Athletico, contrato de três anos”, recorda.
No primeiro dos três anos, Dellatorre fez 31 jogos, cinco gols e cinco assistências pelo CAP. Na temporada seguinte, acabou negociado por um breve período no QPR, da Inglaterra, mas não chegou a jogar, como conta.
“Eu recebi a oportunidade quando estava lesionado, mas era contrato curto. E tive outra lesão, quando recuperei, que atrapalhou minha sequência no QPR. Ainda assim, foi um aprendizado, pelo estilo de jogo, cultura”, explicou.
Em 2015, o atacante deixou o Furacão e viveu experiências em Tailândia e Chipre, sempre com pelo menos dez gols na temporada. Até voltar ao Brasil em 2020. Teve sua primeira passagem no Mirassol, curta, mas foi em Alagoas que viveu o melhor momento da carreira. Com Mozart, marcou 24 gols em 52 partidas no ano pelo CSA.
“2021 foi muito importante, mais pela forma de jogar, estilo de jogo do Mozart, que favorece muito a minha posição. Sou muito grato aquela equipe, caí em um grupo muito bom. As coisas fluíram naturalmente. Aquela campanha foi muito especial para mim”, ressaltou.
No ano seguinte, Dellatorre teria a chance de voltar a jogar a Série A. Foi contratado pelo Atlético Goianiense. Mas ficou poucos meses em Goiânia: acabou negociado com o Montedio Yamagata, do Japão.
“A ida para o Japão foi bom para os dois, o Atlético me vendeu por um bom valor para eles, para mim, foi importante. Estava com 30 anos, o Japão era um mercado que sempre desejei. Para mim, foi muito positivo, onde consegui dar uma estabilidade financeira para minha família”, revelou.
De volta ao Brasil em 2024, reencontrou Mozart no Mirassol. Até aqui, oito gols em 16 partidas. O atacante negou ter recebido uma proposta do Goiás (“foi só especulação”) e projeta a luta por vaga na Série A no clube, e com o técnico que conhece tão bem.
“Eu vim bem focado em fazer um grande campeonato. Tive primeiro semestre bom no Paulista. Sabia do meu potencial, sabia que a equipe poderia render, muito pelo trabalho do Mozart. Meu plano de carreira é subir com o Mirassol, sou o único jogador da região”, planejou.
Fonte: Ogol
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