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Aguirre e o raio que teima em cair no mesmo lugar

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O Pacaembu viveu uma noite mágica no dia 22 de junho de 2011. O Santos, de Neymar, Ganso, e companhia, vencia o Peñarol e reconquistava a América. De um lado, a festa. Do outro, o orgulho. Com Diego Aguirre, o Peñarol, depois de mais de duas décadas, voltava a uma final de Libertadores. Voltava a ser protagonista no continente. Mas a promessa de retomada acabou ali. Seguiram-se anos de ostracismo. Até Aguirre voltar. 

Na noite desta terça-feira, 62 jogos depois, o Carbonero voltou a se garantir no mata-mata da Libertadores. Venceu o Rosário Central, no Campeón del Siglo, por 2 a 1, com protagonismo de Leo Fernández, e se garantiu nas oitavas de final da Copa Libertadores. 

O Peñarol, aconteça o que acontecer, nunca deixará de ser um dos clubes mais tradicionais da América do Sul. São cinco títulos de Libertadores, três intercontinentais. Nomes como Obdulio Varela, Pedro Rocha, Alberto Spencer, Schiaffino, e Diego Forlán vetiram a camisa, que “entorta varal”. 

Em 1987, o Carbonero era campeão da América em cima do América de Cali, com vitória por 1 a 0, na prorrogação. Chuta quem fez o gol do título? Pois ele, Diego Aguirre. Era um atacante que brilhava sem ser brilhante. Que escreveu seu nome na história do Peñarol já na década de 1980. E que voltaria décadas depois, em nova função, para reanimar o clube. 

Desde o gol de Aguirre, o Peñarol nunca mais foi campeão continental. Desde a década de 1990, os uruguaios perderam protagonismo no continente. Argentinos e, principalmente, brasileiros começaram a dominar. O dinheiro falou mais alto. 

Sem conseguir competir econômicamente, os clubes uruguaios foram deixados de lado. O mesmo aconteceu com o maior rival, Nacional. Desde o título de 1988, o clube sequer voltou a uma final. O máximo que conseguiu foi uma semifinal, em 2009. E olhe lá! 

É difícil explicar a conexao entre Diego Aguirre e o Peñarol. Campeão e autor do gol do título como jogador, Aguirre comandou o time primeiro entre 2003 e 2004. Mas foi quando voltou, em 2010, que se consolidou como um dos grandes treinadores uruguaios. 

Montou uma defesa sólida e um time com um contra-ataque fatal. Transições muito bem definidas. E uma defesa que fez renascer a força charrua. Árevalo Ríos, talvez, seja o grande símbolo daquele time aguerrido. O camisa 5 era “onipresente” em campo. 

O primeiro passo foi a conquista do Campeonato Uruguaio, com vitória na grande decisão contra o Nacional. O experiente atacante Antonio Pacheco foi destaque e artilheiro na campanha. 

Na campanha da Libertadores do ano seguinte, porém, Pacheco perdeu um pouco de espaço para Juan Manuel Olivera. Alejandro Martinuccio foi um dos grandes nomes, atuando como um segundo atacante. O goleiro Sosa e o veterano zagueiro Darío Rodríguez foram fundamentais para dar a solidez defensiva que Aguirre buscava. 

Depois de eliminar o favorito Internacional nas oitava e derrubar Universidad Católica e Vélez, o Carbonero voltou a uma decisão de Libertadores depois de 24 anos. O final, nós já sabemos. 

Depois da campanha finalista, Diego Aguirre foi treinar no Catar. Passou por Inter, Atlético, São Paulo e Santos no Brasil. Trabalhou no San Lorenzo e em Cruz Azul e Olímpia. Até voltar para casa, em 2023. 

 Vice-campeão uruguaio, o técnico levou novamente o Carbonero a uma Libertadores. Montou um time, talvez, tão aguerrido quanto aquele de 2011. Voltou a ter uma formação base no 4-4-2. Com Leo Fernández sendo a referência técnica que Martinuccio fora no passado. O meia já soma 12 gols e nove assistências em 21 jogos no ano. 

De 23 jogos no ano, o time de Aguirre venceu 18. De eliminação provável na Libertadores, após derrotas para Rosário e Atlético, até classificado, após superar brasileiros, argentinos e o Caracas. São seis vitórias seguidas, e oito jogos invicto. 

Diego Aguirre tenta fazer o raio cair outra vezes no mesmo lugar. O atacante iluminado. O técnico competente. E o ídolo de um dos clubes mais tradicionais da América. Que luta contra o abismo que o tempo, e o dinheiro, deixaram entre ele e as potênicas do continente. 

Fonte: Ogol

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