Após passar por desafios duríssimos, o Brasil passou ileso por mais uma semana de Liga das Nações e, com oito vitórias em oito jogos, alcançou uma sequência invicta inédita para sua história na competição.
Além do recorde quebrado, a seleção brasileira empolga pelo que foi apresentado em quadra até aqui. Com um trabalho sólido de evolução, trabalhado a cada detalhe por José Roberto Guimarães, a equipe brasileira vai pavimentando com qualidade o caminho até Paris.
A segunda semana da VNL trouxe ao Brasil desafios importantes para entendermos a que pé anda o processo evolutivo de construção de equipe no importante caminho até a tão sonhada medalha olímpico.
A começar pelo duelo contra as japonesas, conhecidas por representarem fielmente o conceito da escola asiática de um jogo mais defensivo, difícil de ser superado e inteligente no ataque. E foi exatamente assim em quadra.
Apesar de todo sofrimento (já esperado), o Brasil teve paciência, trabalhou bem os pontos, explorando o jogo coletivo, e, com a vitória de virada, deu uma resposta importante: a equipe de Zé Roberto está preparada para grandes desafios.
Muito além do alto nível apresentado, não só pelas consideradas titulares, mas por todo o grupo, chamou a atenção a melhora do encaixe dos fundamentos da primeira para a segunda semana. Mais agressivo no saque, equilibrado no passe e certeiro especialmente no ataque/bloqueio, o time brasileiro minimizou consideravelmente suas fragilidades e tem oferecido pouquíssimas brechas (elas ainda existem e estão sendo trabalhadas) a seus adversários.
Considerada como uma das melhores jogadoras do mundo, a ponteira e capitã Gabi Guimarães tem sido responsável por carregar o protagonismo da seleção brasileira nos últimos anos. Um trabalho árduo e nada fácil dado o nível de exigência e responsabilidade.
Neste ciclo, porém, em especial nesta primeira metade de Liga das Nações, os holofotes de Gabi têm se dividido com uma jovem para lá de promissora, que não titubeou e vem cumprindo (e até superando) com todas as expectativas. O nome dela é Ana Cristina.
Recuperada de uma grave lesão na última temporada, Ana, de apenas 20 anos, recuperou sua melhor forma, foi campeã turca com o Fenerbahçe na temporada de clubes e trouxe todo seu talento e vigor para a temporada de seleções.
Segunda maior pontuadora do Brasil na VNL, atrás apenas da própria Gabi, a joia deu demonstrações de coragem e, quando a nossa camisa 10 não conseguiu encontrar soluções, assumiu a responsabilidade nos momentos mais delicados na competição, em especial no duelo contra a tradicional e poderosa Itália de Paola Egonu. Na ocasião, Ana Cristina tomou conta do quarto set e do tie-break e foi a principal responsável pela virada brasileira.
Além da ponteira, se faz necessária uma menção honrosa à líbero Nyeme, que tem dado espetáculo e figura no top-5 de melhores defensoras da competição, ao trio de centrais Diana, Thaisa e Carolana, que seguem levantando um muro no meio de rede, além da dupla de levantadoras Roberta e Macris, que trazem o equilíbrio na distribuição de jogo da equipe.
Dito tudo isto, é necessário afirmar que se o clima um dia foi de desconfiança, agora é de absoluto otimismo! Que venham os Jogos Olímpicos de Paris. Que venha a medalha de ouro!
Fonte: Ogol
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