O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou, nesta terça-feira (4), o fechamento temporário da fronteira com o México aos migrantes quando o número de entradas irregulares no país for excessivo, uma medida drástica que envolve uma questão fundamental para as eleições presidenciais de novembro. “Vim hoje aqui para fazer o que os republicanos no Congresso se negam a fazer, tomar as medidas necessárias para garantir a segurança da nossa fronteira (…) Resolvamos o problema e deixemos de brigar por ele”, disse Biden na Casa Branca. O líder democrata, de 81 anos, vai assinar um decreto para permitir que as autoridades suspendam a entrada de solicitantes de asilo e migrantes quando o mesmo superar mais de 2.500 casos em um dia, informou a Casa Branca. O texto também facilitará as deportações para o México. O texto oficial prevê a reabertura da fronteira quando o número de requerentes de asilo for inferior a 1.500 por dia.
A Casa Branca assegurou por meio de seu porta-voz, Andrew Bates, que, para o presidente, “a segurança das famílias americanas deve estar sempre em primeiro lugar” e que a medida impedirá que aqueles que atravessam ilegalmente a fronteira sul recebam asilo. As autoridades observaram que se espera que as restrições entrem em vigor imediatamente, uma vez que serão implementadas quando as travessias de migrantes ilegais excederem 2.500 por dia, e os números já estão acima desse limite.
A agência das Nações Unidas para os refugiados (Acnur) declarou estar “muito preocupada” com as novas restrições, que, em sua opinião, “prejudicam o direito fundamental de solicitar asilo” e instou o governo Biden a “reconsiderar” a decisão. Mais de 2,4 milhões de migrantes cruzaram a fronteira sul dos Estados Unidos apenas em 2023. A maior parte é proveniente da América Central e da Venezuela e foge da pobreza, da violência e dos desastres naturais intensificados pela mudanças climáticas. Em dezembro, o contingente chegou ao recorde de 10 mil pessoas por dia, mas este número tem diminuído nos últimos meses. Dados do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS, na sigla em inglês), mostram que o Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking de imigrantes irregulares. Estima-se que 230 mil brasileiros entraram de forma ilegal no país. O relatório foi divulgado em abril deste ano, e os números são relativos a 2022.
O acirramento da política de imigração vem em um momento que as pesquisas de opinião revelaram que essa questão pesará para que ele consiga a reeleição na revanche contra o magnata e ex-presidente republicano Donald Trump (2017-2021). A equipe de campanha de Trump rejeitou a iniciativa em um comunicado, considerando que não se destina “à segurança das fronteiras”, e reforçou a mensagem do republicano de que os imigrantes irregulares são responsáveis pelo aumento dos crimes violentos nos Estados Unidos, acusação sem base em dados oficiais. O magnata passou seu mandato anunciando a intenção de construir um muro na fronteira com o México e intensificou sua retórica anti-imigração para voltar à Casa Branca.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan News
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