‘Queremos fazer tudo legal, respeitando o meio ambiente’, diz Lula sobre exploração de petróleo na foz do Amazonas

Presidente Lula destaca exploração de petróleo na Margem Equatorial durante evento com investidores sauditas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou nesta quarta-feira (12) para investidores internacionais e autoridades do governo da Arábia Saudita durante o FII Priority Summit, um fórum organizado pelo Future Investment Initiative Institute no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. O instituto é uma entidade sem fins lucrativos financiada pelo Fundo de Investimento Público (FIP), ligado ao governo saudita.

Lula defendeu um “salto de qualidade extraordinária” para o Brasil quando a exploração de petróleo na Margem Equatorial tiver início. O projeto da Petrobras, que abrange uma região ampla incluindo a foz do Rio Amazonas, despertou preocupações ambientais no ano passado. O presidente elogiou a estatal brasileira e destacou a competição da empresa com petrolíferas sauditas no mercado de petróleo. Ele ressaltou a importância de respeitar o meio ambiente sem deixar de aproveitar as oportunidades.

Durante o evento, com o tema “Investir em Dignidade”, foram abordadas questões como inclusão social, transição energética e sustentabilidade, interessando à monarquia saudita. Ao lado de Lula, Yasir Al-Rumayyan, responsável pela gestão do fundo, destacou o investimento saudita na transição energética como uma oportunidade para países do Sul Global se equipararem ao Norte Global em termos econômicos e sociais. Rumayyan também está à frente de empresas como a petrolífera Aramco e o time de futebol Newcastle, da Inglaterra.

Após o evento, Lula reiterou a intenção de debater tecnicamente a exploração de petróleo na Margem Equatorial e criticou a polêmica em torno do projeto. Ele enfatizou que é importante garantir que a questão ambiental seja tratada com seriedade. A realização do evento faz parte das ações para estreitar laços entre o governo brasileiro e a Arábia Saudita, que foi convidada recentemente a fazer parte dos Brics, bloco de economias em desenvolvimento originalmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.