No dia 14 de maio de 1998, em Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo, nascia Matheus Serafim. Conforme o tempo passava, aquela criança capixaba demonstraria o dom futebolístico e se arriscaria entre um mundo complexo com um sonho maior: viver da sua maior paixão.
O jovem sonhador concretizaria seu desejo e seguiria assíduo na carreira futebolística. E, apesar de não ter se firmado como um atleta de elite, Matheus segue aprendendo e evoluindo, agora no projeto audacioso do Amazonas FC, na Série B.
No longínquo 22 de julho de 2017, o atacante de 26 anos, com na época 19 completos, estreou pelo profissional do Guarani. Pelo Bugre, Serafim, sem o Matheus na época, conviveu com grandes jogadores e teve uma importante experiência de maturação no futebol.
“Quando eu subi para o profissional, um cara que me abraçou muito foi o Fumagalli. Um cara que eu tenho um carinho enorme até hoje, um cara que eu converso com ele até hoje. O Richarlyson também. Teve muitos caras de nome ali, principalmente o que foi citado, que é o Fumagalli, o Richarlyson, o Edson, o Renteria”, disse o jogador em entrevista ao oGol.
Em Campinas, não chegou a completar duas temporadas como jogador profissional, mas ergueu o único título que detém até hoje: o Paulista Série A2 de 2018. Depois de pouco tempo com a camisa alviverde, o futuro estava programado e parecia animador. A passagem já estava comprada. O destino? Portugal.
“Foi uma experiência incrível atuar em Portugal. Não tive muitos jogos, porque foi muita lesão que aconteceu. Foi algo que ficou marcado na minha vida, pela experiência. E fui muito jovem, onde eu aprendi muito. Foi bastante essencial para a minha carreira”, pontuou Matheus.
Depois de pouco menos de dois anos, Matheus Serafim deu um passo atrás ao retornar ao Brasil, mas o arrependimento é inexistente. Com saudade de casa e anseio por seguir a vida que tanto sonhou, o atleta capixaba foi jogar no interior de São Paulo.
Depois passagens modestas por Primavera, União Barbarense, Portuguesa e União Suzano, com destaque ao último clube, Serafim sentiu-se em casa pouco tempo mais tarde. A missão na época o colocava em Pernambuco, para defender as cores do Retrô.
“O Retrô vai estar entre os clubes grandes do Brasil. É um clube onde tem estrutura, tem investimento, tem boas pessoas, de todo o staff, todo mundo trabalhando em prol do melhor do Retrô. Daqui a uns anos vai estar no topo do futebol brasileiro”, falou o atacante, com orgulho da passagem pela Fênix de Camaragibe.
Por lá, Matheus conseguiu a estabilidade que queria e ainda não havia tido. Mas, após 22 partidas em duas temporadas, com três gols marcados, o interior de São Paulo sorriu mais uma vez para o jogador. Agora, era hora de defender o São José, na disputa da Copa Paulista de 2023 e da Série A2 de 2024.
“Eu coloco o São José como o melhor clube que eu já passei na minha carreira. Tanto como minutagem, quanto jogando. O São José foi a melhor escolha que eu tive até hoje. Para poder evoluir como pessoa, evoluir no futebol também”, afirmou Matheus sobre o retorno ao solo paulista.
“Vivi o meu melhor momento na minha carreira até hoje no São José. Foi onde fui feliz com a assistências, com gols. Pude ajudar o clube a ser campeão da Copa Paulista, conseguir a vaga para a Série D, fazer uma boa campanha na A2. Para mim foi gratificante demais”, continuou dizendo.
Em 34 partidas pela Águia do Vale, o atleta contribuiu com seis gols nas duas temporadas que esteve no Oeste Paulista. Depois de se destacar no cenário paulista, finalmente tinha chegado o momento de alçar voos maiores. A Série B o chamava e, pelo Amazonas, a história começaria a mudar. O auge chegaria.
Depois de ser campeão da Série C na última temporada, o Amazonas trouxe o estado que herda o nome pela primeira vez após 18 anos para a segunda divisão nacional. E, na participação inédita da equipe aurinegra, Serafim “não esperava ser da forma que está sendo”.
“Estou muito feliz agora no Amazonas, tenho vivido algo incrível aqui, nunca esperaria, desde quando eu cheguei eu joguei todos os jogos de titular aqui. Quero ajudar o Amazonas a subir para a Série A”, pontuou o atacante, que, ao lado do elenco, segue com a motivação intacta para fazer ainda mais história.
A sensação é de gratidão e de realização. Nunca, em toda a carreira até o presente momento, Matheus teve uma sequência em nível tão alto no futebol nacional. Já tinha disputado a Série B, pelo Guarani em 2018, mas como uma promessa, do banco de reservas, sem o brilho que ostenta hoje.
“Estou muito feliz por esse momento na minha carreira. É a primeira vez que eu jogo oito jogos assim na Série B. Eu nunca vivi isso. Espero jogar mais e mais e poder ajudar o Amazonas. É um momento muito importante na minha carreira”, afirmou o camisa 11 da equipe aurinegra.
Por lá, mais do que nunca, é tempo de aproveitar. Mas, claro, de dedicação. Ao lado de grandes nomes do futebol brasileiro, Serafim traz o Amazonas a um patamar nunca antes vivido: o clube é o 12º colocado na Série B e, apesar de se posicionar no meio da tabela, não deve desistir da disputa pelo acesso à tão sonhada elite.
“Para mim é inexplicável. Poder estar atuando do lado do Jô, Sassá, Dentinho, Patrick, Diego. Ter um pegado de experiência com eles, para mim é algo inexplicável. São caras que eu tenho um carinho enorme e tenho todos os dias aprendido algo com eles. Para mim é gratificante demais poder dividir o vestiário e o jogo com esses caras que são fenômenos”, finalizou o atacante.
A história de Serafim ainda não acabou. Com a perna direita e, agora, na segunda divisão do futebol nacional, é hora de continuar sonhando. Matheus Bonadiman Serafim tem uma grande certeza contigo: a de que não vai parar por aqui.
Fonte: Ogol
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