Sexta-feira, Novembro 22, 2024
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Suárez, o último resistente da Era Tabárez

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A Copa América 2024 simboliza de vez a entrega de bastões de gerações no Uruguai. O único resistente da “Era Tabárez”, Luis Suárez lidera pela última vez uma seleção jovem, promissora e que ainda busca encontrar sua própria identidade. Depois do frustrante desempenho no Catar, a Copa América se apresenta como uma despedida à altura para o Pistoleiro.

No auge dos 37 anos, Luisito provou na sua temporada no futebol brasileiro e no seu início na MLS que não irá à passeio para a Copa América. Apesar de estar longe da sua melhor forma física, principalmente pelos problemas no joelho, o uruguaio já demonstrou que pode entregar mais do que experiência e liderança. Os números falam por si: são 67 participações em gols em 74 jogos, desde que retornou da Europa.

Para a última dança, Suárez não contará com seu fiel escudeiro. Edinson Cavani ficou de fora da convocação e antecipou o seu adeus à Celeste. Juntos, Luisito e Cavani disputaram 108 jogos pela seleção uruguaia. Uma parceria que iniciou no Mundial sub-20 em 2007 e encerrou na eliminação contra a Gana, na Copa do Catar. 

Sem o companheiro de uma vida na Celeste Olímpica, Suárez se tornou o último remanescente do título da Copa América em 2011. Com apenas 24 anos, na época, o Pistoleiro comandou a conquista com quatro gols marcados, encerrando a seca da Celeste de 16 anos sem taças e coroando o ponto máximo da trajetória de Maestro Tabárez no comando da seleção.

Hoje, aos 37 anos, Suárez é quem eleva a média de idade do Uruguai. O experiente centroavante, ao lado de Sergio Rochet (31) e Guillermo Varela (31), são os únicos acima dos 30, em uma seleção com média de 26 anos.

O adeus do Pistoleiro está cada vez mais próximo. Com 138 jogos e 68 gols marcados, Luisito prepara sua despedida no palco onde também encerrará sua carreira por clube, os Estados Unidos. Entretanto, o ponto final da história do centroavante marca a entrega de bastão para uma nova e sonhadora geração.

A Copa América marca a primeira grande competição de Marcelo Bielsa no comando da seleção uruguaia. Contratado há um ano para substituir Diego Alonso, o veterano treinador argentino assumiu a Celeste em dificuldades para consolidar uma reconstrução após uma eliminação precoce na fase de grupos da Copa.

Agora, 20 anos depois de comandar a Argentina em uma Copa América, El Loco Bielsa retorna a maior competição de seleções do continente para colocar pela primeira vez à prova seu trabalho no Uruguai.

Durante o caminho, o treinador retomou o processo de renovação de elenco, passou por cima do Brasil no Centenário e emplacou a única derrota da Argentina pós-Copa, em plena Bombonera. O trabalho de Bielsa ainda está no seu estágio inicial, mas já começa a ter sua própria identidade. Com o treinador, nomes que já são realidade no futebol europeu ganham cada vez mais protagonismo e liderança dentro da Celeste. 

Assim como no ciclo de Óscar Tabárez, a geração que Bielsa tem nas mãos conta com jogadores em grande fase no futebol europeu. A favor do novo comandante da seleção pesa a diversidade de talentos, transformando a Celeste em uma equipe equilibrada.

Na defesa, o “experiente” José Giménez, com três Copas no currículo aos 29 anos, deverá formar pela primeira vez em um competição oficial a dupla com Ronald Araújo. O talento do Barcelona substituí o ex-capitão da Celeste, Diego Godín, aposentado da seleção após o Mundial.

No meio-campo, o grande nome será Fede Valverde, bicampeão da Champions e cada vez mais importante no esquema de Carlo Ancelotti no Real Madrid. O Merengue terá a companhia dos “coadjuvantes” Ugarte e Bentancur, que costumam  fazer o trabalho sujo, enquanto os flamenguistas Nico De La Cruz e De Arrascaeta surgem como alternativas para dividir o brilho na criação.

Darwin Núñez é o nome do ataque. E talvez o grande nome desta geração. O atacante do Liverpool deslanchou com a camisa celeste desde a chegada de Bielsa, quando assumiu o protagonismo no comando de ataque. Em sete jogos com o novo treinador, Darwin soma 11 participações em gols, sendo oito bolas nas redes e três assistências. Antes, dividindo a posição com Suárez e Cavani, o jovem atacante tinha apenas três gols e nenhuma assistência, em 16 jogos.

A Copa América sela a chegada de Darwin e a entrega de bastão de Luisito Suárez. Juntos, a juventude e a experiência tentarão devolver ao Uruguai o feito de ser o maior campeão da competição sul-americana, igualado pela Argentina na última edição. 

Fonte: Ogol

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