Acontece nesta quinta-feira (4) no Reino Unido, as eleições que vão definir o próximo primeiro-ministro do país. Há três dias da votação, o Partido Trabalhista, liderado por Keir Starmer, aparece com a vantagem e pode acabar, depois de 14 anos, com o governo dos Conservadores. Essas são as primeiras eleições desde dezembro de 2019, e os britânicos podem ter o quarto primeiro-ministro em um intervalo de menos de dois anos. Isso porque, os conservadores, liderados por Boris Johnson, foram os vencedores com ampla vantagem sobre o Partido Trabalhista, contudo ele deixou o cargo em 2022 após uma série de escândalos. Johnson foi substituído em Downing Street pela efêmera Liz Truss, que durante seus 49 dias no poder semeou confusão nos mercados financeiros com anúncios de cortes de impostos não financiados, antes de ser substituída em 25 de outubro de 2022 por Rishi Sunak, atual premiê. No mandato de Truss, rainha Elizabeth II morreu, em 8 de setembro de 2022.
650 cadeiras:
A votação definirá as 650 cadeiras da Câmara dos Comuns: 543 eleitas na Inglaterra, 57 na Escócia, 32 em Gales e 18 na Irlanda do Norte. Os conservadores apresentarão candidatos em 635 distritos eleitorais, os trabalhistas e o Partido Democrata Liberal em 631, enquanto o partido de extrema direita ‘Reform UK’ em 630, quase o dobro do registrado há cinco anos, e os Verdes em 629. No total, 4.515 candidatos disputarão as eleições, um recorde.
Método de votação
Os parlamentares são eleitos por sufrágio universal para um mandato de cinco anos. Em cada circunscrição eleitoral, o candidato que recebe o maior número de votos é declarado vencedor. Este método de votação favorece os partidos majoritários, neste caso os conservadores e os trabalhistas. O primeiro-ministro é nomeado pelo rei. Ele pode ser o líder do partido mais votado, caso obtenha maioria absoluta, ou da principal legenda da coalizão formada, caso a maioria absoluta não seja alcançada.
Maioria absoluta
Para obter a maioria absoluta, um partido deve conquistar ao menos 326 cadeiras, mas na realidade o número é levemente inferior, pois ao menos quatro deputados (o presidente da Câmara, chamado de ‘porta-voz’, e seus vices) nunca participam nas votações. Além disso, os deputados do partido republicano Sinn Féin da Irlanda do Norte, atualmente a principal força política naquela região, se negam a sentar nas cadeiras de Westminster porque não reconhecem a autoridade do Parlamento britânico.
Funcionamento
Os representantes eleitos da Câmara dos Comuns examinam e votam as leis apresentadas pelo governo e também podem propor seus projetos. Depois de ceder alguns poderes aos Parlamentos locais da Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, nas áreas da saúde, transportes e moradia, apenas algumas destas leis afetam todo o Reino Unido. Os deputados eleitos também avaliam o trabalho do governo em comissões temáticas. No início da legislatura, os membros da Câmara escolhem um presidente, o “porta-voz”, e três vices.
O segundo partido mais votado depois da legenda no poder, ou o partido com mais votos que não integra uma coalizão, lidera a oposição. Este partido de oposição forma um “gabinete da sombra”, uma espécie de réplica do governo, e seu líder questiona o primeiro-ministro no Parlamento todas as semanas, geralmente às quartas-feiras. Ao contrário de muitos Parlamentos no mundo, a Câmara dos Comuns não tem a forma de semicírculo e a oposição senta de frente para os deputados do partido no poder.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan News
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