As coletivas de imprensa de Espanha e França resumiram bem o que foi a Eurocopa para as duas seleções até aqui. O assunto na conversa espanhola com a imprensa foi o futebol “encantador” do time de Luis de la Fuente. Didier Deschamps, do outro lado, teve de responder sobre um jogo “entediante” da França, e Rabiot comentou os momentos ruins das referências técnicas da França. Mas o futebol é uma caixinha de surpresas, e é difícil prever o que acontecerá nesta terça-feira, às 16h (de Brasília), na Allianz Arena, no duelo que vale uma vaga na decisão da Eurocopa.
A Fúria tem, até aqui, o melhor ataque da Euro, com 11 gols marcados em cinco partidas. Venceu todos os jogos e é a única equipe ainda com 100% de aproveitamento. Venceu e convenceu. É o melhor time do torneio até aqui, e nem Luis de la Fuente esconde.
O técnico, inclusive, vai além. Confessa que o objetivo de sua equipe é, também, encantar. Embora saiba que, nesta terça, o que vale mais é a vaga na final.
“O nosso modelo de jogo se aproxima ao de um bonito espetáculo. Somos uma equipe muito vistosa, mas aqui se trata de ganhar. Temos que ser vistosos, mas também práticos”, garantiu.
Deschamps também se rendeu ao jogo espanhol. Principalmente ao meio-campo de De La Fuente, tendo palavras de elogio, principalmente, para Rodri.
“Todas as equipes espanholas têm essa capacidade de ter um meio-campo, geralmente um trio, que oferece grande domínio técnico. A Espanha tem um forte potencial ofensivo, mas o meio-campo também é uma força, com Rodri, em particular, que é um jogador essencial. É o conjunto dessa equipe que mostrou o melhor domínio desde o início da competição e deixou a melhor impressão em quase todos”, garantiu Deschamps.
O sorriso ficou de lado, entretanto, quando o assunto era sua equipe. A França tem a melhor defesa da Euro, com apenas um gol sofrido em cinco jogos, mas marcou apenas três gols e venceu duas partidas, com três empates. Deschamps se irritou ao ser questionado, por um jornalista sueco, sobre o jogo “entediante” de sua equipe.
“Se você está entediado, assista outra coisa, você não é obrigado! Esta é uma Euro particular para todos, com um número de gols inferior ao que foi no passado. Temos a capacidade de compartilhar emoções, de fazer os franceses e as francesas felizes com nossos resultados. Agora, se os suecos estão entediados, isso não tem muita importância para mim”, contestou.
Quem esteve ao lado de Deschamps na coletiva foi Rabiot. O meia da Juventus foi sincero, e não escondeu decepção com a fase pouco efetiva das referências técnicas da equipe, Mbappé e Griezmann.
“Antoine e Kylian estão um pouco menos decisivos, é verdade. São jogadores que podem desbloquear uma situação a qualquer momento. Precisaremos deles (…) Todos estamos surpresos quando conhecemos a qualidade de Antoine. Não sei como explicar, talvez ele não esteja bem fisicamente. Mas estamos apoiando cada um dos nossos jogadores”, garantiu.
De La Fuente, do outro lado, fez questão de afirmar que Mbappé, mesmo que não esteja 100%, é um jogador que o preocupa. “Esses tipos de jogadores são imprevisíveis. Se estiver 50%, significa quase 100% de qualquer outro jogador. Jogadores assim podem se dar ao luxo de não estarem conectados em uma partida e, com duas ações, ganhá-la”, ressaltou o espanhol.
Se Mbappé já é a grande referência técnica da seleção francesa, do outro lado Lamine Yamal é o grande destaque individual. Jogador mais jovem a disputar uma Eurocopa, o adolescente, de apenas 16 anos, já soma três assistências em cinco partidas até aqui.
Para Rabiot, entretanto, Yamal precisará fazer muito mais para levar sua seleção para a final. Embora elogie o jovem, faz questão, também, de colocar um pouco de pressão.
“Yamal administra bem a pressão e tem muita qualidade. Sempre é complicado lidar com uma semifinal, caberá a nós colocar pressão nele, não deixar que ele se acomode e mostrá-lo que, para jogar uma final, ele terá que fazer muito mais do que já fez até agora”, comentou Rabiot.
De La Fuente, por outro lado, tratou de tranquilizar o jovem, ciente que os adversários farão exatamente como Rabiot falou para aumentar a pressão em cima da promessa.
“É uma parte do jogo. Existem argumentos futebolísticos e outros psicológicos. Cada um utiliza suas ferramentas, sempre dentro de um regime disciplinar imposto pelo árbitro. Ele (Yamal) tem que continuar sendo ele mesmo, com a firmeza de que é assim que as coisas são. Ele irá adquirindo experiência pouco a pouco. E ele faz isso muito rapidamente. Cada vez mais, os adversários lhe farão menos concessões”, concluiu.
Fonte: Ogol
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