Uma das grandes convenções sociais é de que quanto mais velho o vinho é, melhor ele fica. De fato, o envelhecimento é uma característica elementar da bebida, mas apesar dessa lenda histórica, apenas uma pequena fração de toda produção de vinhos é capaz de melhorar com o passar do tempo. A Argentina é a região vinícola de maior destaque em toda a América do Sul, mas não é só dessa forma que o país tem aquecido corações. Nesta terça, a promessa é de mais um motivo para brindar uma vaga na final da Copa América, em duelo contra o Canadá, às 21h.
Na semifinal da Copa América, a atual campeã do mundo é uma das favoritas ao título, mas nem sempre foi assim. Há um tempo atrás, a seleção argentina amargou o fracasso das últimas edições de torneios internacionais, culminando na decepção de Lionel Messi, que pensou em abandonar a camisa albiceleste. O jejum de quase 30 anos teve fim com a admissão de Scaloni. O técnico tinha como principal desafio liderar a renovação do time que fracassou na Copa do Mundo de 2018. Nesse momento, alguns nomes mais jovens pintaram na lista do treinador, já que alguns medalhões estavam lesionados.
Mas o projeto de incluir gerações mais novas parece ter sido colocado, por ora, de lado. Dos 26 jogadores que estão disputando a Copa América de 2024, apenas seis têm idade igual ou menor a 25 anos, sendo que 11 nomes possuem 30 anos ou mais. O efeito da conquista do último mundial renovou a convocação dos velhos amigos Dí Maria (36 anos), Acuña (32 anos) Messi (37 anos) e Otamendi (36 anos), afinal, os jovens da equipe, ainda não desfrutaram do mesmo brilho internacional como os mais velhos da seleção.
Apesar de Scaloni não parecer ter pressa para iniciar o processo de renovação, a Argentina se aproxima de um fim de ciclo, a começar pela despedida de Ángel Di María, que já anunciou sua aposentadoria após o fim do torneio. Além dele, o líder do grupo, Lionel Messi é dúvida para a próxima Copa do Mundo, em 2026. Outros nomes, de idade similar, também devem pendurar as chuteiras.
A pergunta que fica é: sem esses nomes, qual será o futuro da seleção argentina? Afinal, um vinho pode ser guardado por vários anos, mas só se beneficia com o envelhecimento se ele permanecer em condições ideais. Dito isso, não há justificativas para deixar de integrar mais jovens no grupo e Scaloni sabe disso. O futuro é logo ali.
Mas até isso acontecer, os veteranos desfrutam da glória recente dentro e fora de campo, enquanto o processo de renovação contempla os dias de celebração dos pilares do time campeão do mundo. O caminho para defesa das Américas continua nesta terça-feira (09), às 21h (de Brasília), contra o Canadá. Uma vitória deixa o título mais próximo.
Fonte: Ogol
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