O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestou a expectativa de que a tramitação da reforma tributária no Senado permita a recomposição de pontos do texto derrotados na Câmara dos Deputados. Em destaque, Haddad sugere o retorno do Imposto Seletivo para armas.
“Agora na etapa no Senado, nossa proposta é que volte o Imposto Seletivo para as armas. E depois o texto volta para a Câmara para que, se Deus quiser, seja sancionado até o fim do ano”, afirmou Haddad nesta sexta-feira (12), durante o 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), realizado na ESPM, em São Paulo.
Na Câmara dos Deputados, a reforma tributária foi aprovada com uma votação superior ao previsto, segundo Haddad. Ele destacou um entendimento positivo entre os parlamentares, exceto pela oposição “bolsonarista destrutiva”.
Ao sair do evento, Haddad disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com ele, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o líder do governo no Senado, Jacques Wagner, para alinhar as expectativas na segunda etapa da tramitação da reforma tributária sobre consumo no Congresso Nacional. “Teremos espaço para negociar”, afirmou.
Durante o evento, Haddad ressaltou que a reforma tributária é uma das frentes mais importantes do governo na área econômica, mas não a única. Ele mencionou três desafios a serem concluídos antes do recesso no Senado: a repactuação da dívida, cuja proposta apresentada por Pacheco diverge da visão da Fazenda; a reforma tributária sobre consumo; e a desoneração da folha de pagamento, que, segundo ele, não obteve os resultados esperados.
Sobre a reforma tributária, Haddad discutiu três formas de reduzir a alíquota do imposto sobre consumo: não ter exceções, combater a evasão fiscal e aumentar o imposto sobre a renda, conforme feito pela OCDE. Ele também comentou que a Fazenda manda projetos ao Congresso sabendo da necessidade de negociação.
Quanto ao fim da desoneração da folha de pagamento, Haddad afirmou que a medida não funcionou, citando 11 estudos acadêmicos que mostram a ineficácia da política. Ele ressaltou que o governo está comprometido com a transparência do orçamento federal, apesar das dificuldades enfrentadas.
Além disso, Haddad mencionou a reforma tributária como uma maneira de combater privilégios, citando medidas contra fundos fechados e offshores, que antes eram isentos de imposto de renda.
Por fim, Haddad reconheceu os desafios nas contas públicas e disse que a expansão fiscal não é adequada no momento. Ele afirmou que o governo identificou R$ 25,9 bilhões a serem cortados e que o Brasil está crescendo com a inflação em queda. No entanto, ele destacou um desafio comunicacional, mencionando a discrepância entre a percepção individual e coletiva da economia.
Haddad criticou a disseminação de desinformação nas redes sociais, chamando-a de “prática protofascista”. Ele concluiu destacando a importância de enfrentar esses desafios para promover justiça e equidade no país.
Com informações do Valor Econômico
Fonte: Inteligência Financeira




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