Talvez Kevin Serna tenha entrado no radar do Fluminense no último dia 29 de maio. Na ocasião, o clube carioca derrotou o Alianza Lima por 3 a 2 na última rodada da fase de grupos da Libertadores. E um dos gols da equipe peruana foi marcado, justamente, pelo meia colombiano, que deve chegar ao Rio de Janeiro para ajudar Germán Cano e companhia a evitar o terceiro rebaixamento da história do Tricolor.
Aos 26 anos, Serna já rodou pela América do Sul e pode atuar pela primeira vez por um clube brasileiro. O desafio de salvar o clube das Laranjeiras não é fácil, com oito pontos em 14 jogos até aqui, mas não falta motivação para o jogador, que está disposto a fazer de tudo para aproveitar a melhor chance da vida e ajudar o Flu a mudar a sua história no restante da temporada.
Kevin Serna não começou tão jovem no futebol. Depois de duas temporadas promissoras no Madero Fútbol Club, uma equipe modesta do futebol colombiano, com 20 e 21 anos, o jogador chamou a atenção do futebol português, onde foi escrever o restante da sua história.
Primeiro, defendeu o Perafita, que disputava a divisão correspondente ao quarto escalão do futebol português. Por lá, ficou apenas três meses e, nos nove jogos que disputou, marcou quatro gols, com direito a hat-trick logo na estreia, e rapidamente mudou de ares.
Depois do destaque rápido, chamou a atenção de outro clube lusitano, da mesma divisão que a antiga agremiação que defendia: o Serzedo. Mas, na vila de pouco mais de sete mil habitantes, Serna disputou apenas três jogos e, com menos destaque, marcou três vezes.
Em busca de mais brilho, o colombiano decidiu voltar à América do Sul, mas, dessa vez, para o Paraguai. Foi contratado pelo Sportivo Luqueño, onde ficou por uma temporada e meia. Lá, foram 20 jogos, com apenas um gol e uma assistência, em quatro jogos completos e vindo do banco de reservas na maioria das oportunidades.
Ao fim da Apertura, Serna foi dispensado. Sequer disputou a Clausura junto com o clube. Não teve tanto brilho para justificar uma renovação. Mas isso não seria problema. As portas do Los Chankas, da segunda divisão peruana, se abririam logo na sequência. Era dar um passo atrás para, no futuro, dar dois para frente.
Ficou apenas uma temporada lá, nas 24 vezes que entrou em campo balançou as redes 11 vezes e ajudou o clube a terminar o campeonato na quinta colocação. Tudo isso deu ao colombiano uma oportunidade melhor: disputar a primeira divisão nacional pela Asociación Deportiva Tarma, a ADT.
Em duas temporadas, Serna atuou em 70 partidas, marcou 15 gols e deu 16 assistências. E, depois de firmar as campanhas que terminaram na 12ª e quinta colocação, respectivamente, o maior desafio da carreira surgiria para Serna: defender o Alianza Lima, maior clube do futebol peruano.
No clube da capital, não deixou de se sentir em casa. Disputou Libertadores e Liga Peruana e, até o presente momento, soma 22 jogos, com três gols, dois inclusive contra o Fluminense na Libertadores, e três assistências. O clube peruano foi eliminado na última posição do Grupo A no torneio sul-americano e é o quarto colocado da Liga Peruana.
Kevin Serna é meia e destro. Pode atuar facilmente pelos dois lados do campo. Quando dispara e chega no fundo, não fica na dúvida, mas deixa os adversários com a pulga atrás da orelha. Nas jogadas de perigo, ora cruza para os adversários melhor posicionados dentro da área, ora experimenta os chutes cruzados para levar perigo.
Tem como principais características a velocidade e o um contra um. Não chega a ser um exímio finalizador, mas não tem grande dificuldade neste quesito e, em muitos momentos, prefere a jogada individual para auxiliar os companheiros com assistências.
É imprevisível frente à defesa adversária. Quando marcam o passe, Serna parte para o gol em jogada individual. Quando fecham as portas para a disparada, deixa a bola no meio e surge mais afrente como opção para balançar as redes ou servir novamente os colegas de equipe.
Pode ser uma grande adição para o Flu, que não tem os pontas, principalmente os que atuam pelo lado direito, em grande fase na temporada. É uma tentativa de ajudar a equipe carioca a mudar a história em 2024.
Fonte: Ogol
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