Donald Trump retorna à arena política nesta segunda-feira (15), como a estrela da Convenção Nacional Republicana em Milwaukee, onde sua base, ainda em estado de choque com o atentado contra o ex-presidente, o proclamará oficialmente candidato para a eleição presidencial de novembro. O ex-presidente de 78 anos é a esperança republicana para derrotar o presidente democrata Joe Biden e retornar à Casa Branca. Trump será ungido por quase 50 mil republicanos em uma reunião de quatro dias às margens do lago Michigan, que culminará com seu discurso de aceitação na quinta-feira. Nesta segunda-feira, Trump pode anunciar o nome de seu candidato a vice-presidente, uma decisão que terá uma grande influência no restante da campanha. A tentativa de assassinato que o republicano sofreu no sábado na Pensilvânia, onde sofreu um ferimento na orelha direita, continua dominando o noticiário. O atirador, que foi morto, matou um espectador do comício em Butler e feriu outras duas pessoas. Trump, que chegou no domingo a Milwaukee, cidade de 570 mil habitantes, a principal do estado de Wisconsin, afirmou que nenhum atirador mudaria sua agenda.
“Eu não deveria estar aqui, poderia estar morto”, declarou Trump no domingo ao jornal The New York Post, que informou que o ex-presidente estava usando uma bandagem branca na orelha ferida. Ele disse que se salvou por virar um pouco à direita para ler um gráfico sobre migração, razão pela qual o tiro o atingiu na orelha. Trump felicitou o trabalho do serviço secreto, responsável pela segurança presidencial, e o atirador de elite que eliminou o agressor com um tiro “entre os olhos”. Líder nas pesquisas, apesar de seus problemas jurídicos e de uma condenação, o magnata parece a caminho da vitória, enquanto Biden, de 81 anos, recebe apelos de integrantes do próprio partido para abandonar a disputa eleitoral, devido a um declínio em suas capacidades cognitivas. O ataque contra o republicano pode beneficiá-lo nas urnas. Martin Kutlzer, morador de Milwaukee e eleitor republicano, acredita que Trump vencerá, “porque sempre tendemos a nos unir em torno dos afetados”.
Trump foi submetido a uma tomografia preventiva, que não mostrou problemas, informou o canal ABC News. Após o atentado, todos aguardam o discurso de aceitação de Trump, que, segundo parte da imprensa, pode ter uma linguagem suavizada, depois de ter visto a morte de perto. Vários apoiadores do ex-presidente em Milwaukee expressaram o desejo de unidade e de fim da troca de insultos entre republicanos e democratas. Os republicanos atribuem o ataque a uma retórica anti-Trump “exagerada”, enquanto aumentam os receios de intensificação da violência política em um país que é considerado por muitas nações como uma democracia exemplar. O presidente Biden declarou no domingo que “não há espaço para este tipo de violência nos Estados Unidos” e pediu “união” ao país. As áreas que serão utilizadas para a convenção estão protegidas pela polícia e pelo serviço secreto, com grandes barreiras metálicas nas ruas para restringir o trânsito. “Estamos totalmente preparados e temos um plano de segurança integral. Estamos prontos para começar”, disse Audrey Gibson-Cicchino, agente especial assistente do Serviço Secreto.
Grande parte da convenção foi concebida à imagem de Trump, com seu slogan de campanha “Make America Great Again” e imagens do candidato, em uma demonstração de que ele está no controle. O empresário designou pessoas de sua confiança para comandar o partido, incluindo sua nora Lara Trump como co-presidente do Comitê Nacional Republicano, afastando os dissidentes. Depois da derrota para Biden nas eleições de 2020, Trump passou os últimos anos trabalhando para voltar ao poder, esmagando os rivais dentro do partido ou reunindo ex-adversários ao seu lado. A ex-primeira-dama Melania Trump também estará na convenção, mas não há previsão de um discurso. Os grandes temas da reunião incluem o poder aquisitivo, a imigração, a criminalidade e a segurança do país.
Os favoritos na disputa para ser o companheiro de chapa de Trump devem discursar na convenção. O ex-presidente parece inclinado por uma decisão entre dois senadores, J.D. Vance, de Ohio, o aparente favorito, e o cubano-americano Marco Rubio, da Flórida. Outro nome na disputa é o governador da Dakota do Norte, Doug Burgum, que inicialmente concorreu contra Trump pela indicação presidencial, antes se alinhar ao empresário. Independente de sua decisão, o senador democrata Michael Bennet admitiu na semana passada à imprensa que “Trump está no caminho para vencer as eleições, talvez por maioria esmagadora, e levar o Senado e a Câmara de Representantes”.
Publicado por Heverton Nascimento
*Com informações de AFP
Fonte: Jovem Pan News
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