Depois do caos, a festa, e o final feliz de Ángel Di María. Teve drama, mais uma vez. E lágrimas de Lionel Messi, que saiu machucado. Mas dessa vez, a Argentina não precisou de Dibu Martínez. Embora tenha sofrido. Foi só no segundo tempo da prorrogação que Lautaro Martínez, o herói da noite, derrubou a Colômbia e decretou que a Argentina era campeã da Copa América.
A Albiceleste completa seu ciclo perfeito com mais um título para um time inesquecível, que parece interminável. Embora Di María tenha dito seu “adiós muchachos” em seu último tango como albiceleste. Saiu com lágrimas nos olhos, ovacionado, e com mais um troféu para a galeria. Está no olimpo do futebol argentino.
Antes de tudo, um parágrafo triste e necessário: as cenas vistas antes de a bola rolar na entrada do Hard Rock Cafe, em Miami, foram absolutamente lamentáveis, embora não inacreditáveis. Não foi a primeira vez, em uma grande decisão, que vimos confusão na entrada, com gente pisoteada, agredida e desrespeitada. Crianças chorando. Muita gente sem ingresso acabou entrando, o que ocasionou uma superlotação descontrolada. Gente para todos os lados: era impossível sair da cadeira para, por exemplo, ir no banheiro. Os corredores estavam abarrotados, não dava para ver os degraus das escadas.
O jogo foi atrasado algumas vezes. Até que, quase 22h30 (de Brasília), a bola rolou. Com o clima de decisão completamente afetado. Mas houve final. E aí, aos poucos, a atmosfera foi voltando a ser de uma noite de futebol. De uma noite de decisão.
A Argentina, tentando fugir da fisicalidade colombiana, começou em cima. Logo no primeiro ataque, Messi se livrou dos marcadores e abriu na direita para Gonzalo Montiel, que mandou na área. Julián Álvarez completou, mas não pegou bem na bola e mandou para fora.
A Colômbia tentou a resposta na velocidade de Luis Díaz, que avançou pela canhota e, com a marcação longe, teve espaço para arriscar de fora. Mandou no canto, e Dibu Martínez caiu para fazer a defesa sem dificuldades. Foi um começo de jogo elétrico.
Aos poucos, porém, a partida foi ficando física. Como gostam os colombianos. Messi e Di María tinham pouco a palavra. Os Cafeteros conseguiam ficar mais tempo com a bola no ataque. Pressionados na saída, os argentinos não conseguiam sair em contra-ataque.
Dibu, então, trabalhava. Trabalhou, e bem, em chute de Lerma de fora da área. Também em outro arremate de fora de Richard Ríos. Mas o 0 a 0, no final das contas, foi o placar mais justo ao intervalo. Houve menos futebol do que se prometeu no início.
Quase a Colômbia saiu na frente no primeiro ataque do segundo tempo. James mandou bola na área, Córdoba desviou e Santiago Arias chegou batendo. Dibu só observou a bola passar perto da trave.
Angelito Di María tentou acordar a seleção argentina. Na primeira jogada pela canhota, mandou na área e Alexis Mac Allister cabeceou. A bola pegou na mão da defesa, que estava junta ao corpo, e o lance seguiu. Na segunda jogada, o Fideo bateu cruzado e Camilo Vargas fez a primeira grande defesa dele no duelo.
Quando a Albiceleste parecia engrenar, aos 19 minutos, Messi sentiu o músculo em uma transição defensiva. Caiu no chão e pediu substituição. Entro Nico González. Os argentinos ficaram sem seu diez, que chorou muito ao deixar o campo.
Messi, e a torcida argentina, quase voltaram a sorrir aos 30 minutos: Nico se jogou em bola na área após jogada de Tagliafico e mandou para a rede. Mas o lateral estava claramente impedido, e o tento foi anulado. Mais tarde, após grande passe de Di María, Nico teve outra chance na área, dessa vez de cabeça. Por muito pouco a bola não entrou. A decisão teve de ir para a prorrogação.
Os argentinos voltaram a chegar perto do gol com Nico no início da prorrogação. De Paul recebeu de Di María no fundo e mandou para trás. Quem apareceu para a finalização foi Nico, e Vargas mais uma vez evitou que a bola entrasse.
Di María, que parecia não sentir o cansaço, seguiu bem pela direita e, já no segundo tempo da prorrogação, mandou cruzamento procurando Lautaro. Por muito pouco o atacante não conseguiu desviar para a rede…
A Argentina seguiu melhor e, dessa vez, não precisou de Dibu para vencer. Já perto do fim, Leandro Paredes foi gigante em recuperação, e deixou no meio com Lo Celso. O meia, de primeira, abriu na frente para Lautaro, que saiu na cara do gol. Apagando todos os gols que falhou pela seleção, o atacante bateu forte e superou Vargas. Em seguida, abraçou Messi, que dessa vez sorria no banco, como se abraçasse o povo argentino. Depois, foi Di María quem o abraçou, agradecendo o final feliz. O Fideo encerrou sua história na seleção argentina com mais um título. Como merece.
Fonte: Ogol
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