Juíza manda prender réus pelo desvio milionário; prefeito volta a dar cargo a ré por corrupção

Prisões e Nomeações Controversas em Amambai

A juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, determinou a prisão preventiva dos réus envolvidos em um esquema de desvio milionário na Prefeitura de Amambai, incluindo o vereador Valter Brito da Silva (PSDB). A decisão segue a ratificação das medidas anteriormente decretadas pelo juiz Daniel Raymundo da Matta, da Vara Criminal de Amambai.

Prisões e Medidas Cautelares

A juíza convalidou a prisão preventiva de Jucélia Barros Rodrigues, Júlio Arantes Varone, Joice Mara Estigarribia da Silva e Valter Brito da Silva. Jucélia, que havia sido foragida por cinco meses, e o engenheiro Júlio Arantes Varone são apontados como envolvidos na estrutura criminosa que fraudou licitações e desviou recursos públicos. Letícia de Carvalho Teoli Vitorasso e Jonathan Fraga de Lima, acusados de envolvimento na fraude, cumprirão prisão domiciliar, com Letícia usando monitoramento eletrônico.

Jonathan Fraga de Lima teve sua prisão preventiva concedida, mas o Tribunal de Justiça concedeu habeas corpus, permitindo sua liberdade sob uso de tornozeleira eletrônica.

Descrição do Esquema

A decisão judicial revelou uma estrutura ordenada e organizada que operava há anos, utilizando diversas empresas para frustrar a competitividade das licitações e celebrar contratos fraudulentos com a Prefeitura de Amambai, resultando em milhões de reais desviados. O vereador Valter Brito da Silva seria o líder do esquema, com Letícia e Jonathan atuando como sócios nas empresas envolvidas. Júlio Arantes Varone, anteriormente sócio de várias empresas contratadas pela prefeitura, também está implicado.

Nomeação Controversial

Apesar da gravidade das acusações, Jucélia Barros Rodrigues foi nomeada novamente para um cargo de chefia na Prefeitura de Amambai pelo prefeito Edinaldo Bandeira, o Dr. Bandeira (PSDB). Jucélia assumiu a função de gerente de Projetos e Convênios na última terça-feira (30), desafiando o Ministério Público e a Justiça, e ignorando o escândalo de corrupção que envolveu seu nome.

Jucélia havia fugido da Operação Laços Ocultos, deflagrada em novembro do ano passado, e ficou foragida até abril deste ano. Ela foi detida até o início de julho, quando o desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva concedeu habeas corpus. A recondução de Jucélia ao cargo é vista como uma afronta às investigações e à gravidade do caso, que representa um dos maiores escândalos de corrupção na história de Amambai.

Decreto de nomeação viralizou em Amambai (Foto: Reprodução)

O Jacaré procurou a prefeitura e aguarda retorno sobre a nomeação de Jucélia. O MPE informou que os mandados de prisão ainda não foram cumpridos.

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