O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quarta-feira (31) que o relatório do Centro Carter, que enviou uma missão de 17 especialistas para observar as eleições presidenciais realizadas no domingo (28) no país, já havia sido escrito há um mês, e que o que faltava, segundo ele, era uma “pitadinha” que foi colocada após a divulgação de um primeiro boletim parcial pelas autoridades eleitorais. “Todos os que vieram do Centro Carter para a Venezuela trouxeram o relatório já escrito, nós o recebemos há um mês, temos o relatório do Centro Carter já escrito. O que estava faltando era a “pitadinha” que colocaram nele agora, porque o desnaturalizaram, não é mais Jimmy Carter que o dirige, só tem o nome dele, infelizmente”, declarou Maduro em entrevista coletiva.
A organização, que garantiu que as eleições na Venezuela “não podem ser consideradas democráticas”, foi convidada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano “devido à seriedade que o Centro Carter apresenta nessa questão”, de acordo com o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López. O presidente venezuelano acrescentou que alguns quiseram transformar as eleições presidenciais em um “evento mundial”, e perguntou quantos comunicados o Centro Carter publicou quando o ex-presidente Donald Trump questionou os resultados das eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos.
“Quantos comunicados vocês emitiram quando Donald Trump denunciou fraude nas eleições em que o presidente (dos EUA, Joe) Biden foi nomeado presidente?”, questionou. As críticas de Maduro foram feitas após a divulgação de um comunicado que antecipa o que será o relatório final a ser publicado em breve, e rompem com mais de 20 anos de elogios do chavismo ao Centro Carter, cujos representantes foram recebidos na chegada pelas mais altas autoridades, que os descreveram como um exemplo de “seriedade” e como observadores com “prestígio conquistado em todo o mundo”.
Na terça-feira, o Centro Carter afirmou que o processo de votação de domingo (28) “não estava em conformidade” com os parâmetros e padrões internacionais de integridade eleitoral e, portanto, “não pode ser considerado democrático”. A organização ressaltou que o órgão eleitoral, que declarou Maduro vencedor, apesar de mais de 2 milhões de votos não terem sido contabilizados, não anunciou os resultados discriminados por seção eleitoral, o que “constitui uma grave violação dos princípios eleitorais”.
*Com informações da EFE
Publicado por Marcelo Bamonte
Fonte: Jovem Pan News
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