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Joe Biden é relegado a coadjuvante de Kamala Harris na convenção democrata dos Estados Unidos

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Há apenas algumas semanas, o presidente Joe Biden estava seguro de ser indicado como o candidato democrata na convenção do partido, uma papel estrelar agora reduzido ao de coadjuvante de sua vice-presidente, Kamala Harris, a nova candidata à Casa Branca nas eleições de novembro. Joe Biden não parece ter terminado de digerir a retirada de sua candidatura, um dos maiores transtornos políticos na história dos Estados Unidos. Mas também se comprometeu a fazer tudo que for possível para ajudar Harris como nova candidata democrata e derrubar as intenções do magnata republicano Donald Trump de voltar ao poder. Harris deverá aceitar formalmente a indicação como candidata de seu partido ao final de uma cerimônia que acontecerá no horário de maior audiência de quinta-feira.

O discurso de Biden na abertura da convenção na noite de segunda-feira (19) terá, por isso, certo ar de “coadjuvante de Taylor Swift“, assegurou William Galston, do grupo de analistas políticos Brookings Istitution, referindo-se à popular diva pop. “Esse não será um discurso fácil”, declarou. Mas como todos os presidentes americanos, Biden também mira os livros de história. “Estou seguro de que entende que as possibilidades de que sua presidência seja considerada um sucesso aumentam consideravelmente se Kamala Harris o suceder”, afirmou o cientista político.

O ex-presidente (2017-2021) Donald Trump, acostumado a lançar pequenos dardos mortais, não perdeu tempo antes de tecer comentários irônicos sobre o destino de seu antigo rival. “Sequer lhe deram um bom lugar para falar” na convenção democrata, disse durante um ato de sua campanha. “A segunda é a pior noite”, disse. Trump, cuja campanha também se viu forçada a revisar sua estratégia pela entrada de Kamala Harris na corrida, acusou a vice-presidente de tentar jogar Biden “ao mar”.

Biden deu deliberadamente um passo atrás depois de sua impactante, mas pedida, decisão de encerrar sua campanha à presidência em 21 de julho. Enquanto Kamala Harris mantinha uma série de reuniões partidárias, o democrata passava temporadas em sua casa de férias em Delaware. Em alguns momentos, se referiu com certo desdém a si mesmo devido à sua atuação atual.

“Os convidei à Casa Branca, porque estou buscando trabalho”, disse ele a um grupo de influencers em um evento esta semana. Mas também demonstrou sinais de frustração. Durante uma entrevista à rede CBS transmitida no domingo, o presidente admitiu ter jogado a toalha devido à pressão de suas próprias fileiras. “Me preocupava que se seguisse em carreira solo me questionariam por isso”, disse.

Biden deve sair de férias logo após seu discurso na convenção, poupando-se, a priori, das cenas inevitavelmente um tanto amargas da nomeação de Harris na quinta-feira, marcada por uma enxurrada de lançamentos de balões. Mas o Partido Democrata, que aplaudiu efusivamente a decisão do presidente de desistir da disputa, deve lhe dar uma recepção calorosa, opina William Galston.

Seu principal desafio agora é fazer um discurso capaz de colocar Kamala Harris em órbita, sem sobrecarregá-la com possíveis encargos decorrentes de sua própria administração. Harris agora tem menos de três meses para deixar sua própria marca na campanha. Ela começará a apresentar sua plataforma eleitoral nesta sexta-feira, durante um discurso focado na economia.

Para Joe Biden, toda essa sequência pode se parecer mais com uma espécie de desfile de honra. “Podemos estar vendo um Biden mais próximo de estar em paz com tudo isso do que imaginamos”, disse William Galston.

*Com informações da AFP
Publicado por Carolina Ferreira

Fonte: Jovem Pan News

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