Cerca de 21.500 casos de mpox e 591 mortes causadas pela doença – antes conhecida como varíola dos macacos – foram contabilizados em 13 países da África desde 1º de janeiro, segundo informou nesta sexta-feira (23) a agência de saúde da União Africana (UA). Neste período, 21.466 casos (3.350 confirmados e 18.116 suspeitos) foram detectados em Burundi, Camarões, República Centro-Africana, República do Congo, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Gabão, Libéria, Quênia, Nigéria, Ruanda, África do Sul e Uganda, disse o diretor-geral dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças da África (África CDC), Jean Kaseya.
Em carta aos ministros da saúde africanos, Kaseya destacou que “591 mortes por mpox” foram registradas desde o início de 2024, com uma taxa de letalidade de 2,9%. “No momento em que escrevo esta carta, o Gabão confirmou seu primeiro caso, enquanto Serra Leoa e Malaui estão agora examinando casos suspeitos”, relatou o médico congolês. Na carta, Kaseya alertou para vários “desafios” na resposta à doença, como o “baixo nível de recursos domésticos dos Estados-membros da UA” e o fato de que “apenas três países africanos já aprovaram o uso de vacinas contra mpox (Nigéria, África do Sul e República Democrática do Congo)”.
“É essencial que outros países aprovem a introdução das vacinas”, enfatizou o médico, além de advertir que “a tensão da crescente demanda por vacinas das nações ocidentais e o monopólio da fabricação de vacinas colocam a África em desvantagem quando se trata de obter doses, dada a demanda limitada do mercado por parte dos líderes africanos’.
Em sua opinião, há “um sério risco de que a África não seja considerada na distribuição de vacinas” se os líderes africanos “não se unirem fortemente para levantar sua voz na luta contra esta doença”. O África CDC declarou o mpox “uma emergência de saúde pública de segurança continental” no dia 13 de agosto. Um dia depois, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou um alerta de saúde internacional para a doença, a qual pode causar inflamação de gânglios e erupções cutâneas dolorosas ou com coceira, incluindo espinhas ou bolhas.
O alerta de saúde da OMS está relacionado à rápida disseminação e à alta mortalidade da nova variante (clado 1b) no continente africano e a um primeiro caso na Suécia de um viajante que estava em uma região da África onde o vírus circula intensamente. Esta variante é diferente do clado 2, que causou um violento surto na África em 2022 e centenas de casos na Europa, América do Norte e países de outras regiões, e já levou à declaração de uma emergência sanitária internacional entre 2022 e 2023.
*Com informações da EFE
Publicado por Carolina Ferreira
Fonte: Jovem Pan News
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