Depois da tempestade vem a bonança? Bem, pode-se dizer que a Juventus tem seu início de temporada mais auspicioso desde que foi campeã italiana, em 2020. A chegada do ítalo-brasileiro Thiago Motta foi mais um passo de uma oxigenação apoiada na juventude, tanto no comando técnico, quanto do plantel de jogadores.
O trabalho de destaque à frente do Genoa obviamente não passou despercebido e Motta mostrou, mesmo em apenas dois jogos, qual será o seu norte na Velha Senhora: lançar jogadores jovens, reestruturar a equipe e, até mesmo, descobrir novas funções para os atletas.
Em duas partidas pelo Campeonato Italiano essas ideias foram colocadas em prática e tiveram bom retorno: dois triunfos com sobras, sendo que a equipe balançou as redes seis vezes e ainda não foi vazada.
As novidades começam já no gol. Eleito melhor goleiro da Serie A, o ex-Monza Michele Di Gregorio é o arqueiro de confiança. Na lateral direita, Motta promoveu a estreia de Nicolò Savona entre os profissionais com direito a titularidade e gol marcado contra o Hellas Verona. A ala esquerda também tem novo dono, com o colombiano Juan Cabal, ex-Verona.
O setor de meio-campo concentra uma estrutura que já estava por Turim, com Locatelli e Cambiaso titulares nas duas partidas. O toque diferente de Motta fica por conta de Kenan Yildiz, que tem atuado como meia armador para abastecer Vlahovic.
Até aqui, porém, outro jovem saída das categorias de base tem chamado ainda mais a atenção. O belga de origem congolesa Samuel Mbangula iniciou a temporada 2024/25 como titular pela ponta esquerda e demonstrou qualidade. O jovem de 20 anos marcou um gol e já distribuiu duas assistências.
Para concretizar essa mudança de abordagem, era preciso que algumas peças deixassem o clube. Em todos os setores, a Juventus viu a saída de jogadores que ainda tinham relevância.
Debaixo das traves, o polonês Szczęsny deixou o clube, em rescisão mútua, depois de sete temporadas e mais de 250 jogos. Na defesa, o veterano da seleção brasileira Alex Sandro também não teve o vínculo renovado e foi anunciado pelo Flamengo.
Ainda houve a saída do meio-campista Adrien Rabiot, que estava no clube desde 2019, e da despedida, seguramente, mais inesperada. Com muitas lesões nos últimos anos, Federico Chiesa ainda tem 26 anos, mas ficou de fora dos planos para a nova temporada.
“O Chiesa esteve fora por motivos de transferência. Fomos claros com eles: são bons jogadores, mas terão de procurar soluções onde possam jogar mais”, disse Thiago Motta sobre as saídas de Chiesa, Djalo e Caviglia.
Há espaço para chegadas e o português Francisco Conceição, ex-Porto, foi apresentado nesta terça-feira (27). Outra negociação está perto de ser concretizada. O meio-campista Teun Koopmeiners, da Atalanta, vai custar 52 milhões de euros fixos (cerca de R$ 320 milhões) e tem a capacidade tanto de marcar gols, quanto encontrar os companheiros em melhor situação. Foram 25 gols e 12 assistências para o holandês de 26 anos nas duas últimas temporadas.
Ainda é muito cedo para cravar a Juventus como real postulante ao título do Campeonato Italiano. Depois de quase uma década de hegemonia, o momento é de se reestruturar para voltar a ser imponente. Os primeiros passos, aqueles mais difíceis, já foram dados.
Fonte: Ogol
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