Soberana na década passada, a Juventus vem de quatro temporadas como coadjuvante na Itália. Para mudar esse cenário, a Velha Senhora contratou o técnico ítalo-brasileiro Thiago Motta. Após campanha de sucesso no Bologna, Motta já indicou, desde o início, qual seria a linha de frente de sua revolução: o meio-campo. Nesta quarta, a Juve completou a última contratação da trinca de meias solicitada pelo técnico: Teun Koopmeiners.
A diretoria bianconera gastou mais de 120 milhões de euros para formar o que promete ser o novo meio-campo titular de Thiago Motta. Além de Koopmeiners, chegaram ainda Khéphren Thuram (20 milhões de euros, Nice) e Douglas Luiz (50 milhões de euros, Aston Villa).
Para falar da Juve de Thiago Motta, e da revolução proposta pelo técnico no time a partir do meio-campo, voltamos a uma entrevista de Motta quando ainda era técnico da base do PSG.
“Minha ideia é jogar ofensivamente. Um time que atua próximo e controla o jogo, com pressão alta e muita movimentação com e sem a bola. Quero que o jogador que tenha a bola tenha sempre três ou quatro soluções e dois companheiros próximos para apoio”, disse o técnico.
Na declaração, entendemos alguns conceitos fundamentais para Motta: o jogo apoiado, uma saída sustentada, transições rápidas e alternância de posicionamentos. O técnico vê, ainda, o goleiro como protagonista na primeira fase de construção e propõe uma visão diferente do jogo. Muito se falou quando Motta propôs o esquema 2-7-2.
Mas calma, não é um esquema ultra ofensivo que conta com dois defensores, sete meias e dois atacantes. É, basicamente, a interpretação do jogo em uma leitura vertical do campo. Contamos no corredor lateral esquerdo um lateral e um ponta, sete jogadores no corredor central (incluindo o goleiro) e um lateral e um ponta na direita. Como na imagem abaixo.
Thiago Motta busca superioridade numérica no setor da bola para atrair o rival e, então, inverter o jogo do outro lado. Para isso, precisa de jogadores com determinadas características no meio-campo, protagonistas em seu estilo de jogo.
Em busca de ter um meio-campo bem povoado, com qualidade para avançar rápido no campo e inverter, quando necessário, as jogadas, Thiago Motta foi ao mercado. A Juve, é verdade, já tinha alguns jogadores de qualidade no setor: Manuel Locatelli e Nicolò Fagioli também devem ter espaço no elenco. Mas não foi à toa que três novas peças chegaram…
Thuram traz um perfil mais atlético, físico, volante box to box, mas muito mais combativo na defesa. É o complemento necessário para um segundo volante técnico, que busca ser decisivo no ataque. O companheiro perfeito de duplo-pivô para Douglas Luiz, que terá uma dinâmica um pouco parecida da que teve com Kamara no Aston Villa.
O brasileiro representa a técnica com a bola nos pés, o jogo vertical com passes progressivos que dará a velocidade nas transições que Motta busca. Douglas faz mais a bola correr do que corre, embora também corra. Embora seja, muitas vezes, onipresente em campo.
Koopmeiners, por sua vez, pelo menos seguindo a lógica do trabalho de Motta no Bologna e, também, o que mostrou o técnico em Turim até aqui, deve ter papel um pouco diferente. Se em Bérgamo muitas vezes fez dupla no meio com Ederson, agora deve ser adiantado na função de 10 no 4-2-3-1 de Motta. Com algumas características similares, deve muitas vezes trocar de posição com Douglas Luiz em determinadas situações.
O holandês sempre teve características de meia ofensivo. Nas duas últimas temporadas no Az Alkmaar, marcou 16 e 17 gols, respectivamente. Na Atalanta, na temporada de despedida de Bérgamo, Koopmeiners participou diretamente de 22 gols, com 15 gols e sete assistências.
A Juve ainda segue no mercado em busca de novas peças. Jadon Sancho é um dos principais alvos no momento. Nico González chegou também para ter protagonismo na ponta do outro lado. Mas é a partir do meio que a revolução de Thiago Motta começa a tomar cara.
Fonte: Ogol
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