O Estado de Mato Grosso foi escolhido como sede da reunião técnica por ser o maior produtor de grãos e ter o maior rebanho bovino do país. Além disso, o Estado tem importância na busca de uma agricultura mais sustentável, já que abriga os três biomas: Amazônia, Cerrado e Pantanal. O Brasil está na presidência do G20 e, entre suas prioridades, está a luta contra a desigualdade, a fome e a pobreza, além da mobilização frente às mudanças climáticas. O debate global sobre os rumos da produção agropecuária e seu desenvolvimento sustentável para a segurança alimentar e nutricional do planeta começou nesta terça-feira em Chapada dos Guimarães, MT, durante as reuniões do Grupo de Trabalho de Agricultura do G20 no Brasil. Os encontros contaram com a presença de ministros de Estado de outros países e 21 delegações.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou da abertura do evento e destacou a importância do relacionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os outros países. De acordo com Carlos Fávaro, o país ficou esquecido nos últimos dias. “O Brasil, que não tem contencioso com nenhum país do mundo e sempre teve ótimas relações, ficou esquecido, talvez por desleixo, e deixou as boas relações. E isso nos faz perder muitas oportunidades. E ao presidente Lula voltar e peregrinar pelo mundo em mais de 25 viagens nesses 20 meses, nós começamos a colher os frutos dessas boas relações. Primeiro, nas oportunidades comerciais. Vejam que, em 20 meses, foram 184 novos mercados abertos para os produtos da água e da pesca. Históricas, como há 20 anos esperávamos abrir o mercado de carne bovina e suína para o México”, disse Fávaro.
A diversificação das cidades que recebem o G20 reflete o compromisso do governo brasileiro em ampliar o alcance dos debates. Os quatro eixos do GT da Agricultura no G20 Brasil são: – Sustentabilidade nos sistemas agroalimentares em seus múltiplos aspectos; – Ampliar a contribuição do comércio internacional para a segurança alimentar e nutricional; – Reconhecimento do papel essencial da agricultura familiar, camponeses, povos indígenas e comunidades tradicionais para sistemas alimentares sustentáveis, saudáveis e inclusivos; e – Promoção da integração sustentável da pesca e aquicultura nas cadeias sociais locais e globais. Além do Mapa, também integram o GT da Agricultura os Ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Pesca e Aquicultura (MPA), Relações Exteriores (MRE) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Nos dias 10 e 11, serão realizadas diversas atividades preparatórias para a redação da Declaração Ministerial. O documento será debatido durante a Reunião Ministerial, dividida em duas etapas, de 12 a 13 de setembro. Um grupo que representa a iniciativa privada brasileira (o B20) elaborou uma lista de sugestões para levar ao G20. Entre elas, estão a criação de novos modelos de financiamento para a transição a uma agricultura sustentável, acesso às novas tecnologias por pequenos produtores para ganho de produtividade, além de um comércio agrícola global que seja multilateral e sem barreiras discriminatórias, o que poderia reduzir a fome. Carlos Fávaro avaliou que essa postura adotada pelo Brasil é um importante passo para o país voltar a integrar grandes fóruns mundiais.
“O próximo passo, então, é começar a voltar para os grandes fóruns mundiais, liderados pelo Brasil, tendo essa liderança. Participar da presidência temporária do G20 é uma dessas oportunidades que conquistamos. Como também a COP30, no ano que vem em Belém do Pará, a presidência dos BRICS; tudo isso são oportunidades que se transformam em benefícios para o povo brasileiro. Este G20, então, Brasil, escolhe o tema: construir um mundo melhor e um planeta mais sustentável. Construir um mundo combatendo as desigualdades. Veja, só a escolha do tema já mostra a importância da agropecuária”, disse Carlos Fávaro.
Fonte: Jovem Pan News
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