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Brasil pode liderar produção global de combustível sustentável para aviação, dizem especialistas

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Brasil pode liderar produção global de combustível sustentável para aviação, dizem especialistas

Em meio ao esforço global para descarbonizar o setor aéreo, especialistas e empresários acreditam que o Brasil tem potencial para liderar o mercado e se consolidar como um importante hub internacional na produção de combustível sustentável de aviação (SAF).

A avaliação ocorreu durante o Brazil Climate Summit 2024 nesta quinta-feira (18), em Nova York, nos Estados Unidos, para discutir o futuro energético no Brasil.

A ideia é que os aviões sejam abastecidos com SAF, já que esta molécula é similar ao querosene de base fóssil, o que dispensa modificações nos motores dos aviões e na infraestrutura de abastecimento.

João Auler, ​diretor administrativo e chefe de infraestrutura e recursos naturais do UBS Brasil, usa assim o exemplo do setor de energia solar no Brasil.

Mas por conta de uma forte política pública baseada em subsídios, a fonte hoje é uma das que mais crescem na matriz elétrica e com custos cada vez menores.

Pedro de La Fuente, gerente sênior de Assuntos Externos e Sustentabilidade da IATA Américas, afirma que tanto o Brasil quanto o mundo necessitam de políticas específicas para impulsionar essa indústria emergente.

No entanto, ele alerta que o mercado não pode depender exclusivamente de subsídios, considerando a limitação de recursos do governo.

O SAF pode ser obtido a partir de diferentes rotas tecnológicas e com matérias-primas que vão de oleaginosas a etanol e resíduos sólidos urbanos, o que coloca o Brasil em condição mais favorável.

Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), o combustível sustentável de aviação precisa escalar 11% do consumo atual, que é quase zero.

A diretora de Regulação e Sustentabilidade da Latam, Maria Elisa Curcio, destaca o papel crucial de bancos de fomento, como o BNDES, em viabilizar linhas de financiamento específicas para esse combustível.

No entanto, ela também ressalta que os tomadores de decisão podem atrair novos “players” para o mercado.

Especialmente em um cenário de crescente demanda dos brasileiros por viagens aéreas e que os custos do SAF são, no entanto, significativamente maiores em relação ao querosene de origem renovável.

“Hoje, 40% do custo de um voo é o combustível (…). Queremos comprar SAF da região latinoamericano pelo menos até 2050 com tecnologias que temos”, afirma Curcio.

“E isso precisa ser incluído na discussão de fabricantes de aeronaves, empresas operadoras e consumidores que exigem uma pegada mais sustentável”.

No caso da unidade da Raízen, a diretora de estratégia da empresa, Paula Kovarsky, lembra que a empresa é a maior produtora de etanol no Brasil, principalmente para misturar com a gasolina.

Ela diz que a ideia é seguir a mesma rota com o SAF, com a vantagem de que a produção da cana de açúcar ocupa apenas 1% da área produtiva do Brasil.

Assim, o diretor de desenvolvimento de matéria-prima e mercados de carbono da Acelen Renewables, Yuri Orse, acredita num pulso muito significativo do produto.

Ele trabalha para construir uma cadeia produtiva para transformar a macaúba, planta nativa que hoje tem pouco valor comercial, em um biocombustível especial com foco na exportação.

Com informações do Valor Econômico

 

Fonte: Inteligência Financeira

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