Uma mudança de rota na metade da temporada custou ao Internacional duas eliminações precoces em dez dias. As quedas nas copas praticamente definiram mais uma temporada sem títulos para o Colorado. Mas, em meio ao caos, o time gaúcho apostou na mudança de comando e encontrou em Roger Machado um solucionador dos problemas não resolvidos por Eduardo Coudet.
No final de semana, o Internacional concretizou a recuperação da autoestima com uma vitória de virada sobre o São Paulo, no Morumbis. O resultado somou o quarto triunfo consecutivo no Campeonato Brasileiro, tirou o Colorado da zona do limbo e elevou as expectativas para a reta final da temporada.
Para evitar um semestre monótono, Roger recuperou jogadores “esquecidos” por Coudet e encontrou soluções em casos de atletas encarados como problema pelo argentino.
Marcado pelo conhecimento das categorias de base colorada na sua primeira passagem, Chacho Coudet sofreu o efeito contrário no seu retorno ao Beira-Rio e utilizou pouco as joias coloradas. Onde o argentino viu problemas, Roger viu solução e mudou a cara do Inter a partir da entrada de Gabriel Carvalho.
O prodígio, de apenas 17 anos, havia feito apenas duas partidas pelo elenco principal do Internacional durante a passagem de Coudet. O técnico argentino mantinha sua convicção na titularidade de Wanderson e acabou demitido sem aproveitar o talento de Gabriel Carvalho.
Com Roger, o jovem atacante precisou de nove minutos em campo na primeira oportunidade para ganhar a posição e assumir a titularidade. Dos 13 jogos do novo treinador, Gabriel Carvalho entrou em campo em 11, sendo dez como titular. No período, a joia marcou um gol, deixou uma assistência e ganhou protagonismo no time colorado.
A afirmação de Gabriel Carvalho também contribuiu para outra mudança corajosa de Roger Machado. Com a opção por um atacante de velocidade, o técnico confirmou a ida de Enner Valencia para o banco de reservas. Sem marcar gols há 11 jogos pelo Inter, o equatoriano perdeu a vaga no ataque e virou opção para Rafael Borré.
Quem ganhou maior espaço com a saída do companheiro acabou sendo o próprio colombiano, que se tornou a principal referência ofensiva colorada e voltou a atuar com mais presença dentro da área. O resultado se mostrou em números com Borré deslanchando na temporada com quatro gols nas últimas sete partidas.
Quando chegou ao Beira-Rio, Roger Machado herdou um problema crônico no Internacional e precisou de duas alternativas para solucionar as laterais coloradas.
Do lado direito, o técnico encontrou um setor esvaziado pelas saídas de Hugo Mallo e a venda de Bustos. Sem opção de origem, o técnico improvisou zagueiros e volantes na posição até encontrar uma solução. Depois de testes com Igor Gomes, Bruno Henrique e Rômulo, a posição ficou com Bruno Gomes.
A adaptação eficiente do jovem volante fez Roger frear os novos reforços para a posição. Contratado há um mês, Nathan Santos atuou apenas quatro minutos desde a chegada, enquanto Braian Aguirre sequer estreou no time gaúcho.
Além dos problemas do lado direito da defesa, o treinador também precisou buscar alternativas para a lateral-esquerda. Renê, criticado pelas falhas individuais, era uma incógnita no time titular e não via concorrentes para a disputa de posição. Na chegada, Roger desarquivou Alexander Bernabei e ganhou um novo titular na canhota.
O lateral argentino era uma indicação de Coudet no início da temporada, mas não teve espaço com o compatriota e disputou apenas uma partida. Após a saída de Chacho, Bernabei ganhou a posição com Roger e já soma 13 jogos pelo Inter, com um gol e uma assistência.
O Internacional ainda segue distante da meta inicial da temporada de brigar pelo título do Brasileirão, mas ganhou um novo objetivo com os obstáculos encontrados no meio da temporada. Antes pensando apenas em se livrar da briga pelo rebaixamento, o Colorado começa a mirar uma vaga direta na Libertadores.
Embalado pelas quatro vitórias consecutivas, o Inter diminuiu para quatro pontos a diferença para o G4 e ainda dispõe de dois jogos a menos do que os rivais acima da tabela, com exceção do Flamengo, que também tem uma partida atrasada.
Faltando 11 rodadas para o final do Brasileirão, Roger encontrou no rejuvenescimento o fôlego necessário para seguir lutando no Brasileirão. Sem a sonhada briga pelo título, a vaga direta se tornou um objetivo alcançável para impedir uma reta final de temporada sem ambição.
Fonte: Ogol
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