Durante seu mandato, Emmanuel Macron, presidente da França, focou em cortes de impostos voltados para os mais ricos e para as empresas, acreditando que essa estratégia impulsionaria a economia. Contudo, o novo primeiro-ministro do país, Michel Barnier, está considerando a possibilidade de aumentar a carga tributária sobre esses grupos para lidar com o crescente déficit orçamentário do país. A situação financeira da França se agravou, com os custos dos empréstimos atingindo os níveis mais altos desde a crise de 2008. O governo enfrenta desafios significativos para controlar uma dívida e um débito que se tornaram um dos mais elevados da Europa.
Barnier expressou preocupação com a rápida deterioração das finanças do país e indicou que a reversão dos cortes de impostos, apesar das promessas de Macron, está sendo avaliada. Desde sua eleição em 2017, Macron implementou uma série de reformas fiscais, incluindo a redução da alíquota do imposto corporativo de 33% para 25% e a diminuição do imposto sobre a riqueza. Essas medidas geraram controvérsias, pois foram vistas como um fator que ampliou a desigualdade econômica e diminuiu a arrecadação tributária.
Um estudo recente apontou que essas políticas resultaram em uma perda de receita de aproximadamente € 15 bilhões para o Tesouro francês. Para atender às exigências da União Europeia, Barnier precisa encontrar uma economia de € 110 bilhões nos próximos anos, o que pode incluir cortes nos gastos públicos. Embora Macron tenha se mostrado contrário a aumentos de impostos, Barnier sinalizou que a situação atual pode não deixar outra alternativa. Entre as propostas em análise estão o aumento do imposto sobre a renda de investimentos e a criação de um imposto temporário sobre os “superlucros” das empresas.
As empresas francesas, representadas pela Medef, demonstraram disposição para discutir aumentos de impostos, desde que o governo também se comprometa a reduzir gastos e a não prejudicar os investimentos. O cenário financeiro da França é preocupante, com o Ministério das Finanças prevendo um débito de 6% do PIB para 2024 e uma dívida que já ultrapassa € 3 trilhões, representando mais de 110% do PIB. Barnier está atualmente em diálogo com líderes políticos e empresariais para desenvolver um projeto de orçamento que será submetido às autoridades da União Europeia.
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Publicado por Marcelo Seoane
Fonte: Jovem Pan News
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