O ministro da Energia de Cuba, Vicente de la O Levy, anunciou neste sábado (19) que parte do fornecimento de energia no país foi restaurado após um apagão que deixou milhões de cubanos, incluindo os moradores de Havana, sem luz por dois dias. Em uma postagem no X, plataforma anteriormente conhecida como Twitter, O Levy informou que subestações na região oeste do país já estão operando novamente. Além disso, duas usinas termoelétricas já reiniciaram suas atividades, enquanto outras duas devem voltar a funcionar nas próximas horas. Os cubanos sofrem há três meses com os apagões, que se tornaram cada vez mais prolongados e frequentes, com um déficit de cobertura nacional de até 30%. E nesta quinta chegou a 50%, irritando ainda mais a população. A energia elétrica na ilha é gerada por meio de oito termoelétricas antigas, que, em alguns casos, apresentam avarias ou estão em manutenção, além de sete plantas flutuantes – que o governo arrenda de empresas turcas – e grupos eletrogêneos (geradores). Toda essa infraestrutura requer, em sua maioria, combustível para funcionar.
Na sexta-feira (18), uma pane na principal usina termoelétrica da ilha provocou um colapso do sistema elétrico, que as autoridades tentam reativar. “A Empresa Elétrica informa que hoje às 6h15 ocorreu novamente o desligamento total do sistema elétrico nacional”, informou o portal de notícias Cubadebate, sem especificar detalhes. Na noite de sexta-feira, as autoridades anunciaram que haviam conseguido um nível mínimo de geração de energia elétrica com “microssistemas” acoplados para acionar termelétricas e centrais flutuantes em algumas regiões do país. O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, participou durante a noite de sexta de uma reunião de supervisão, em que prometeu que “não haverá descanso” até o total restabelecimento do serviço. O colapso do sistema de energia “é mais uma demonstração de todos os problemas que o bloqueio nos causa”, afirmou. Díaz-Canel ressaltou que o país não tem o combustível de que necessita: “Tudo acontece por causa das divisas que não temos devido à perseguição financeira, e do combustível que não temos por causa da perseguição energética.”
Cuba atravessa sua pior crise em três décadas, com falta de alimentos, remédios e apagões crônicos que limitam o desenvolvimento das atividades produtivas, além de uma inflação galopante nos últimos anos. Os apagões foram um dos fatores desencadeadores das históricas manifestações de 11 de julho. Segundo a imprensa independente local, dezenas de pessoas se manifestaram no início da semana nas províncias de Sancti Spíritus (centro) e Holguín (nordeste) devido aos apagões prolongados. Em 2023, a ilha se recuperou dos cortes de eletricidade diários que sofreu durante quase todo o ano de 2022. Em outubro daquele ano, houve outro apagão generalizado, após a passagem do furacão Ian.
*Com informações do Estadão Conteúdo e da AFP
Publicado por Sarah Américo
Fonte: Jovem Pan News
Comentários