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Em discurso na cúpula dos Brics, Lula critica países ricos e denomina ataques em Gaza como ‘insensatez’

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (23), à cúpula dos Brics, que os conflitos no Oriente Médio e entre Rússia e Ucrânia têm potencial para se tornarem globais. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, que iniciou a invasão ao território ucraniano, assistia ao discurso do brasileiro. “No momento em que enfrentamos duas guerras com potencial de se tornarem globais, é fundamental resgatar nossa capacidade de trabalhar juntos em prol de objetivos comuns”, disse Lula. Ele disse que é necessário evitar uma escalada e iniciar negociações de paz entre Rússia e Ucrânia. Lula mencionou fala do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que classificou a situação na faixa de Gaza como o maior “cemitério de mulheres e crianças” do mundo. Os ataques israelenses à área já teriam matado mais de 40 mil pessoas. Israel começou a ofensiva depois de atentados do grupo extremista Hamas, no final do ano passado, matarem 1,4 mil em solo israelense.

O presidente brasileiro chamou o quadro de “insensatez”, e criticou o avanço do conflito para a Cisjordânia e para o Líbano. Israel tem o objetivo declarado de atacar o Hezbollah, grupo islâmico armado baseado no território libanês. A comunidade internacional teme uma possível entrada do Irã, aliado do Hezbollah, no conflito. Isso poderia evoluir para uma guerra entre dois países com forças militares poderosas. A reunião da cúpula dos Brics está sendo realizada em Kazan, na Rússia, mas Lula participou por videoconferência a partir de Brasília. O presidente brasileiro cancelou a viagem ao país asiático depois de um acidente doméstico no fim de semana.

O presidente afirmou que os integrantes do bloco foram fundamentais para o avanço da proposta de taxação dos super-ricos, um ideia adotada pelo governo brasileiro nas discussões globais como forma de reduzir a desigualdade. O petista usou o protagonismo temporário do País à frente do grupo das maiores economias globais para pautar o combate às desigualdades. “Seu respaldo do Brics foi fundamental para avançar em iniciativas que são crucial para redução das desigualdades, como taxação dos super-ricos“, disse o presidente brasileiro.

Lula também disse que o Brics é um “ator incontornável” nas discussões sobre o enfrentamento às mudanças climáticas, mas voltou a marcar posição de que a maior responsabilidade é dos países mais desenvolvidos. “Não há dúvidas de que a maior responsabilidade recai sobre os países ricos, cujo histórico de emissões culminou na crise climática que nos aflige hoje. É preciso ir além dos US$ 100 bilhões anuais prometidos e não cumpridos e fortalecer medidas de monitoramento dos compromissos assumidos”, declarou o presidente brasileiro. Apesar disso, Lula disse que cabe aos países emergentes “fazerem sua parte” para limitar o aumento da temperatura global.

Publicado por Luisa Cardoso
*Com informações do Estadão Conteúdo

Fonte: Jovem Pan News

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