Foi quase mágico o que Raphinha fez nesta quarta-feira pelo Barcelona. No 100º jogo pelo clube, o brasileiro marcou um hat-trick contra o Bayern de Munique e comandou o clube blaugrana para voltar a vencer os bávaros após nove anos, em um 4 a 1 acachapante na Catalunha.
Raphinha chega a marca centenária como uma das principais referências técnicas dentro da equipe culé, além de exibir a faixa de capitão na ausência de Ter Stegen, Ronald Araújo e De Jong. Tal destaque, porém, vem depois do brasileiro ser quase descartado do clube, ao fim da temporada passada.
Raphinha desembarcou na Catalunha ao fim da temporada 2021/22. Na época, o Barça pagou 58 milhões de euros para tirar o ponta brasileiro do Leeds United, onde tinha se destacado. Mas o começo no clube espanhol não foi de muitas alegrias.
O brasileiro atuou em 50 partidas pelo clube na primeira temporada, mas completou apenas três. Entrando no decorrer de 14 jogos e saindo nas outras 33 oportunidades, o brasileiro contribuiu com dez gols e 12 assistências. Comandado por Xavi, Raphinha cresceu de produção no fim e, para o treinador, “foi decisivo”, mas ainda era instável.
Na segunda temporada, o número de partidas caiu. Em 2023/24, Raphinha entrou em campo em 37 oportunidades, sendo 25 como titular. Balançou as redes em dez ocasiões e deu 12 passes para gol. Sem o protagonismo esperado, o brasileiro foi colocado como “dispensável” pelos culés, que precisavam levantar fundos com vendas de jogadores.
Surgiu o interesse do futebol árabe e de clubes ingleses. Em meio a crise administrativa e financeira, o clube deixou a decisão nas mãos do brasileiro. O jogador, então, reiterou o desejo de permanecer na Catalunha. Acreditava que conseguiria dar a volta por cima e conquistar o protagonismo projetado quando foi contratado.
“Eu já falei algumas vezes que assinar com o Barcelona é um sonho, e vou fazer tudo possível para continuar aqui por muitos anos”, disse o atleta em abril de 2024, perto do fim da temporada.
Raphinha escolheu permanecer na Espanha. Com a chegada de Hansi Flick, o brasileiro via uma nova era começar. Já com dois anos de casa, o atacante assumiu papel de protagonista e, além de ser a referência técnica, passou a ser mais um dos líderes do elenco.
Para a temporada 2024/25, o jogador foi eleito como o quarto capitão do clube, atrás de Ter Stegen, Ronald Araujo e De Jong. Era um novo Raphinha, “líder, importante e incrível” nas palavras do próprio treinador alemão. Certas coisas tinham mudado e o brasileiro estava mais confortável.
Antes, o ponta focava sua atuação na ponta direita, principalmente com sua velocidade e seu drible, em jogo restrito às laterais do campo. Agora, sob o comando de Flick, Raphinha ganhou mais liberdade para transitar por todas as áreas do ataque, seja pela direita, pelo centro ou até pela esquerda. O brasileiro aparece mais na área adversária e participa mais da criação, não só com dribles, mas também com passes fundamentais. Lamine Yamal, ao invés de concorrente, virou o motivo da “revolução” tática de Raphinha.
Tais mudanças deram resultado. Ao lado de outros cinco, Raphinha é o jogador que mais atuou pelo Barcelona nessa temporada, com 13 jogos. Além disso, é o vice-artilheiro da equipe, com nove gols, e o segundo que mais contribuiu com assistência, com seis passes. Lewandowski e Yamal lideram os rankings de participação, respectivamente.
Ao todo, desde que chegou do Leeds, são 100 partidas, com 29 gols e 29 assistências. Os dois únicos hat-trick surgiram ainda nesta temporada, contra Valladolid e, agora, Bayern de Munique.
A coroação de que o brasileiro vem voando na temporada veio justamente nesta partida contra o Bayern. Com três gols marcados e uma atuação que renderá muitos pesadelos à Kimmich, Raphael Guerreiro e Upamecano, em especial, Raphinha brilhou. Na verdade, o brasileiro está brilhando.
Fonte: Ogol
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