Até o ministro Alexandre Padilha admitiu que o desempenho do PT (e das esquerdas) foi muito ruim nas urnas. Já a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, não quis admitir o óbvio. Negou a realidade e aproveitou para pedir regulação das redes socais. A questão não é se a direita usa melhor as redes sociais, domina técnicas de marketing ou de inteligência artificial. O ponto é que a direita, por meio das redes socais, fala sobre problemas reais para a população, enquanto a esquerda defende pautas progressistas de classe média alta, “de gente sofisticada”, de pouco interesse para a maioria da sociedade.
O povão não quer saber de linguagem neutra, banheiro trans, descriminalização de drogas, etc. Pelo contrário, a faxineira no ponto de ônibus quer o filho longe das drogas e que fale português corretamente para arrumar um bom emprego. Ao contrário dos progressistas identitários, a velha esquerda se conectava melhor com a população ao defender questões reais – como melhorias na saúde e na educação.
Entretanto, essa esquerda deixou de lado os problemas concretos da vida cotidiana para focar em pautas de costume e identitárias, com pouca conexão com a população brasileira, majoritariamente conservadora. Além disso, na questão econômica, se perdeu ao não entender que as relações de trabalho mudaram. Defendem a CLT, sem entender que as novas formas de trabalho (PJ, aplicativos, etc.) diminuem o desemprego ao onerar menos a folha com impostos trabalhistas.
Por sua vez, a direita, ao valorizar essas novas formas de trabalho e reafirmar os valores conservadores da sociedade brasileira, nada de braçada na comunicação com a população. É claro que políticos espertos – principalmente do centrão – adaptam o discurso, menos por convicção, e mais por conveniência. Até candidato petista disputando prefeitura fez isso.
A conexão da direita com a realidade rendeu mais votos nas eleições municipais. Bolsonaro arrasta multidões por onde passa, enquanto Lula participa de eventos sem povo. Além de Bolsonaro, a direita tem nomes fortes para 2026, como Tarcísio, Caiado e Zema. E a esquerda?
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
Fonte: Jovem Pan News
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